|
No contexto das celebrações do Mês do Patrimônio Cultural, o Instituto de Arquitetos do Brasil – Departamento Distrito Federal (IAB-DF) republica, com autorização, o artigo Quando a cidade tropeça: por que Brasília não precisa de esferas, originalmente veiculado no Correio Brasiliense em 26 de agosto. Escrito por Rogério Carvalho, arquiteto restaurador e diretor curador dos palácios presidenciais do Brasil, o texto aborda, com profundidade técnica e embasamento patrimonial, a recente retirada das esferas do Setor de Diversões Norte, reforçando a importância de preservar a integridade do projeto urbanístico de Brasília e sua legibilidade original. Uma contribuição essencial para refletirmos sobre como intervenções aparentemente simples podem impactar a experiência urbana e o valor de nossa capital como patrimônio mundial. Leia abaixo ou acesse a publicação original neste link Quando a cidade tropeça: por que Brasília não precisa de esferas
A retirada das esferas do Setor de Diversões Norte representa uma ação fundamentada na preservação da identidade, da escala e dos atributos históricos de Brasília *ROGÉRIO CARVALHO, diretor curador dos palácios presidenciais do Brasil, arquiteto restaurador e curador de arte A retirada das esferas de concreto instaladas no Setor de Diversões Norte é uma medida tecnicamente imprescindível e respaldada pelo compromisso com a preservação do Conjunto Urbanístico de Brasília e do Plano Piloto, tombados como patrimônio cultural brasileiro e reconhecidos pela Unesco. Brasília, concebida por Lucio Costa, é uma cidade planejada com extrema atenção à monumentalidade, à clareza dos percursos e à integração entre escalas — atributos que são diretamente violados pela introdução das esferas, que fragmentam a circulação, impõem obstáculos físicos e interferem na percepção espacial que caracteriza a cidade. O projeto original do Plano Piloto não é apenas um conjunto de construções isoladas; ele se configura como um organismo urbano integrado, em que cada via, vazio e edificação possui função, escala e significado. O equilíbrio entre áreas monumentais e gregárias, entre eixos residenciais e áreas de lazer, cria uma leitura espacial única, que distingue Brasília de qualquer outra capital. A inserção de esferas de concreto como barreiras físicas rompe essa integração, prejudicando a experiência do pedestre, comprometendo a continuidade visual e desrespeitando a lógica de deslocamento amplo, fluido e previsível que fundamenta a cidade. Além das questões de legibilidade urbana, há preocupações concretas quanto à funcionalidade e à segurança. As esferas são obstáculos claros para pessoas com mobilidade reduzida, usuários de cadeiras de rodas e deficientes visuais, que podem ter dificuldade em perceber e contornar esses elementos. Também aumentam o risco de acidentes para pedestres em horários noturnos ou sob baixa iluminação e representam desafios de manutenção, sendo suscetíveis a desgaste, vandalismo e necessidade constante de reparos. O impacto funcional, portanto, vai além da estética: trata-se de uma intervenção que afeta diretamente o uso seguro e inclusivo do espaço urbano. Outro ponto crucial é o contexto cultural e patrimonial. Embora se possa argumentar que a esfera possui valor simbólico ou artístico por sua geometria universal, o simples uso repetitivo de um objeto funcional como barreira física não constitui, por si só, obra de arte. A arte pública em Brasília sempre foi integrada à arquitetura e à concepção modernista do Plano Piloto, como se observa nas obras de artistas que dialogam com a cidade, respeitando a escala, a volumetria e os vazios planejados. A introdução de elementos descontextualizados, ainda que alegadamente lúdicos ou simbólicos, compromete essa integração e transforma espaços públicos em locais com elementos genéricos, deslocados e potencialmente conflituosos com a experiência sensorial e estética do patrimônio. É importante destacar que o tombamento de Brasília protege não apenas edificações isoladas, mas toda a configuração urbanística, incluindo seus eixos, vazios e alinhamentos. Qualquer intervenção que modifique substancialmente essa configuração — especialmente com barreiras físicas que não dialogam com o projeto original — representa uma ameaça à autenticidade e à integridade do patrimônio cultural brasileiro. A preservação do conjunto urbanístico não se limita a aspectos visuais ou históricos: ela envolve também garantir a acessibilidade, a segurança e a fruição plena de todos os cidadãos, em consonância com os princípios que fundamentaram a cidade. Além disso, soluções alternativas já comprovadas em contextos urbanos podem cumprir a função de controle de fluxo de pedestres e veículos sem comprometer a monumentalidade e a experiência urbana de Brasília. Balizadores verticais discretos e bem sinalizados, faixas de pavimentação diferenciadas que delimitam áreas de circulação e outras estratégias de ordenamento urbano cumprem a mesma função prática, respeitando a escala, a identidade e a lógica modernista do conjunto. Diferentemente das esferas, essas soluções mantêm a fluidez e a legibilidade do espaço, respeitam a acessibilidade universal e reforçam a experiência sensorial positiva do pedestre. Portanto, a retirada das esferas do Setor de Diversões Norte não representa uma rejeição à criatividade, à inovação ou à experimentação urbana, mas, sim, uma ação fundamentada na preservação da identidade, da escala e dos atributos históricos de Brasília. Intervenções urbanísticas e artísticas devem sempre estar a serviço da cidade e de seus habitantes, e não em conflito com o projeto original que a torna única. Garantir que cada elemento do espaço público esteja em harmonia com o conjunto urbano é assegurar que Brasília continue sendo um patrimônio cultural brasileiro e mundial, capaz de proporcionar experiências seguras, acessíveis e significativas para a população presente e para as futuras gerações.
0 Comentários
O IAB/DF será o organizador do concurso público nacional que vai escolher o projeto arquitetônico para o Anexo do Cine Brasília. O acordo entre o Instituto e o Governo do Distrito Federal para o lançamento da concorrência foi formalizado durante a coletiva de imprensa oficial do Festival de Brasília nesta quarta, 20 de agosto.
O Secretário de Cultura e Economia Criativa do DF, Claudio Abrantes, lembrou que a construção de uma edificação anexa ao Cine Brasília, patrimônio e referência da vida cultural da Capital Federal, era prevista no projeto original do arquiteto Oscar Niemeyer. A proposta deverá abrigar um ambiente administrativo, sala e cinemateca, entre outros espaços. "Esperamos em breve ter esses projetos em mãos para, então, passarmos à obra, e para isso contaremos com a expertise do Instituto na realização dos concursos", afirmou o secretário. O presidente do IAB/DF Luiz Eduardo Sarmento agradeceu a oportunidade de tornar o projeto uma realidade. "É um momento de muita emoção porque este é um sonho antigo de nós, arquitetos e urbanistas. Espero que consigamos, mais uma vez, fazer um concurso público nacional que seja exemplo de licitação pública e que possamos alcançar um projeto vencedor de excelência, à altura dessa grande casa, desse projeto de Oscar Niemeyer, que é símbolo vivo da nossa cidade", declarou. Prezadas associadas e prezados associados,
As eleições para o Conselho Diretor, Conselho Fiscal e Conselho Superior do IAB-DF estão se aproximando. O processo inicia-se agora e se encerra em dezembro de 2025. Solicitamos especial atenção ao calendário eleitoral: 27/08 | Instalação da Comissão Eleitoral; 28/08 | Publicação de convocatória 30/09 | Data limite para quitação de débitos e realização de associação - condição necessária para votar e ser votado - ou atualização de dados; 31/10 | Prazo final para inscrição de chapas; 07/11 | Homologação das chapas; 08/11 a 26/11 | Apresentação de propostas pelas chapas e campanha; 27 e 28/11 | Realização das eleições do Departamento. até 01/12 | Homologação do resultado A associação e atualização da associação pode ser solicitada pelo nosso site: Associe-se A verificação da situação com o IAB-DF pode ser solicitada por meio de nossos contatos institucionais: [email protected] e whatsapp: +55 61 99285-3081 Lembramos que apenas associadas e associados regulares podem participar do processo eleitoral. Conforme deliberado em assembleia, para este processo eleitoral deve-se seguir o novo estatuto do IAB-DF, disponível em Estatuto e em pdf Participe e construa o futuro do IAB-DF! Atenciosamente, IAB-DF – Instituto de Arquitetos do Brasil – Departamento do Distrito Federal No dia 31 de julho, celebra-se o Dia da Mulher Arquiteta e Urbanista, uma data que simboliza a resistência, a luta por visibilidade e a busca por equidade em uma profissão como tantas historicamente marcadas por desigualdades de gênero. A criação dessa data não foi um acaso, mas o resultado de anos de mobilização, pesquisas e articulações lideradas por mulheres que desafiaram estruturas institucionais para garantir que as vozes de 64% da categoria, segundo o II Censo das Arquitetas e Arquitetos e Urbanistas do Brasil, fossem ouvidas. Entre essas vozes está a da arquiteta e urbanista Ana Laterza, cuja trajetória profissional e acadêmica reflete um compromisso incansável com a justiça social e a representatividade na arquitetura.
Formada pela Universidade de Brasília (UnB) e com especialização em Restauro e Valorização pelo Politécnico de Turim (Itália), Ana Laterza é mestre em Teoria e História da Arquitetura e atua há anos na área de patrimônio cultural e projetos públicos. Como servidora concursada do CAU/BR desde 2014, ela transcendeu as atribuições formais do cargo, dedicando-se a pesquisas e ações que evidenciam as desigualdades de gênero e raça na profissão. Foi no período em que assessorou a 1ª Comissão Temporária de Equidade de Gênero do CAU que ela mergulhou em um trabalho minucioso: tabulou dados, ouviu histórias e, mesmo em meio à pandemia, apresentou o 1º Diagnóstico de Gênero na Arquitetura e Urbanismo, um marco que expôs as disparidades enfrentadas por mulheres na área. Esse estudo foi crucial para que o Conselho oficializasse o 31 de julho como o Dia da Mulher Arquiteta, data que dialoga com o Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha (25 de julho), reforçando a interseccionalidade da luta. A iniciativa inspirou o próprio IAB. Em 2020, o IAB Nacional criou a Comissão de Ações Afirmativas, núcleo dedicado a promover o reconhecimento e o enfrentamento às desigualdades no campo da arquitetura, alinhada às ações do próprio Instituto. O IAB/DF esteve entre os pioneiros e estruturou, ainda em 2019, a sua Comissão de Equidade de Gênero e Raça, atualmente Comissão de Ações Afirmativas, segundo o novo estatuto da entidade. Um legado que inspira mudanças Além de sua atuação no CAU, Ana Laterza é sócia-fundadora do ateliê Ladrilharia, onde une afeto e técnica na produção de ladrilhos hidráulicos, e é mãe de duas filhas, conciliando maternidade com uma carreira que exige constante reinvenção. Como Ouvidora-Geral do CAU (2022-2024), ela implementou práticas reconhecidas nacionalmente, premiadas pela Controladoria-Geral da União (CGU). Hoje, ela coordena a Rede Integrada de Atendimento do CAU e continua a fomentar políticas afirmativas, defendendo que a arquitetura só será democrática quando incluir todas as perspectivas sociais. Na entrevista a seguir, Ana reflete sobre os avanços e desafios dessa jornada, a importância de ampliar o debate para além do gênero — abrangendo raça, diversidade sexual e outras subjetividades — e como a articulação coletiva é essencial para transformar estruturas. Sua história é um convite para repensarmos: que cidades queremos construir e quem tem o direito de desenhá-las? Por que é importante atentar para a condição das mulheres que produzem arquitetura e urbanismo? Porque todas as pessoas devem ser vistas e incluídas; e essas mulheres por muito tempo estiveram às margens da profissão. Porque marcadores sociais e privilégios são inversamente proporcionais (quanto mais marcas, menos espaço) e nossas vivências são diversas e variáveis conforme a nossa localização ao longo dessa régua. Porque os seres humanos, por maior que seja a sua natureza empática, não têm a capacidade de compreender por completo os atravessamentos e subjetividades uns dos outros. Logo, um edifício, uma cidade, um território, uma paisagem, só serão realmente democráticos se a sua concepção considerar efetivamente a pluralidade e as diversas perspectivas de vida que compõem a sociedade. Como a data foi estabelecido o Dia da Mulher Arquiteta e por que foi escolhido o dia 31 de julho? Foi uma longa história coletiva (cheia de articulações, convergências e divergências) nos holofotes e também nos bastidores. A demanda para que o CAU olhasse para as desigualdades na profissão vinha, em grande parte, de fora das estruturas formais. Dentro da instituição, esse olhar ainda era restrito, e mesmo as alianças conquistadas nem sempre significavam adesão real à causa. Daí veio a pandemia e interrompeu um trabalho que vinha se consolidando a duras penas. Até março de 2020, eu assessorava a 1ª Comissão Temporária de Equidade de Gênero, cuja vigência se encerrou em pleno mês das mulheres e em meio a todas as incertezas e perdas trazidas pelo Coronavírus. Uma pesquisa ficou incompleta, e abracei o desafio de tabular as respostas por conta própria, muitas vezes nas poucas horas vagas entre a jornada de trabalho e a de cuidados. Esse "batidão" culminou em um dos dias mais especiais da minha vida: quando apresentei o 1º Diagnóstico de Gênero na Plenária do CAU/BR (Acesse aqui). Consegui transmitir a mensagem (ou melhor: parte dela) e, em um momento de muita comoção, o Conselho decidiu registrar a sua intenção de transformar os dados em resultados, através da demarcação daquela data como o Dia da Arquiteta e Urbanista, pegando carona também no simbolismo e relevância do Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha (25 de julho). Não conseguiria ser exaustiva e nem justa na lista de nomes responsáveis direta e indiretamente por essa decisão, por isso a ausência de créditos - o que, a meu ver, fortalece o discurso de despersonificação dos processos decisórios. Mesmo assim, sou muito grata por ter sido parte desse movimento e por todo o apoio e confiança que tive. Como a experiência das mulheres afeta a produção profissional dentro da arquitetura e urbanismo? Acho que não dá mais para falar só de mulheres, por isso a minha pesquisa se redirecionou para as subjetividades 'não normativas'. Gênero, raça, afetividade, deficiência, e um calhamaço de outras categorias precisam ser sobrepostas, interseccionadas, misturadas (como uma pilha de transparências ou um poliedro caleidoscópico de dimensões) se quisermos chegar mais perto da verdade. Em resumo: todo mundo sem autorização de existir e ditar normas para essa existência (exceto quando se fala em eliminar existências alheias) tem experiências que deveriam afetar de forma muito mais efusiva a produção da profissão. As mulheres sim, é claro, mas não me sinto confortável em restringir esse discurso aos nossos próprios dilemas com o cuidado, o corpo, o ambiente doméstico etc., prefiro usá-los para levar outras pautas junto. Talvez seja pretensioso de minha parte esperar que se compreenda essa tentativa extrema de ruptura de estruturas vigentes, mas é o que mais me traz senso de justiça e vontade de seguir tentando desenhar "para leigo entender". Desde que este debate se consolidou dentro do CAU, você considera que houve avanços? Sim e não. Alguns avanços importantes, outros retrocessos relevantes. De um modo geral (e não só no CAU), as estruturas são frágeis e cíclicas; e poucas pessoas conseguem compreender a simultaneidade e complementaridade das urgências. Não sei nem contar quantas vezes ouvi um ‘é muito importante falarmos disso, mas....’. Sempre existe um ‘mas’. Tem um dado que a Cida Bento traz que para mim é muito didático: “Estudo feito pelo IBGE - 1996, traz um quadro bastante interessante. A evolução da escolarização entre os grupos assume trajetória semelhante, mantendo a diferença entre brancos e negros, ou seja, todos se beneficiam com mais escolarização, mas a desigualdade entre negros e brancos permanece inalterada.” (Acesse aqui) Ou seja, valorizar a profissão não vai aproximar as duas curvas, vai apenas fazer com que as duas cresçam, mas uma sempre permanecerá acima. É por isso que existem as chamadas ‘políticas afirmativas’ – para corrigir distorções e nivelar trajetórias em uma única curva de oportunidades. Como a escuta por si só não parece convencer, para leitores céticos que quiserem mais dados, recomendo o 1º Diagnóstico de gênero na AU (Acesse aqui), a minha dissertação de mestrado “O censo do CAU sob um olhar interseccional: retrato da inequidade na arquitetura e urbanismo; (Acesse aqui) e os Cadernos de Políticas Afirmativas do CAU/BR (Acesse aqui). Como o assunto vem reverberando atualmente dentro da estrutura da autarquia? Acho que ele está latente. Há quem leve adiante, há quem sinta, há quem levante a bandeira, mas nunca o suficiente, porque nossa estrutura não é efetivamente representativa. Não tenho muitas respostas e soluções, o que não deveria invalidar a pertinência da crítica. Pessoalmente, confesso que me autoconcedi um momento de pausa, já que só se chega a uma reta final coletiva com revezamento. Saber contribuir é também saber quando recuperar o fôlego. Você considera que este debate tem evoluído para considerar as especificidades das arquitetas negras? Não o bastante, mas cada vez que alguma das vozes negras ou qualquer outra não normativa fura a bolha fico simultaneamente extasiada, reflexiva e ansiosa pelas reações alheias, esperando que haja abertura real dos outros para escutar e acreditar nas dores delas, que jamais sentiremos (veja só...) na pele. Como sempre diz a ex-conselheira e atual Consultora para o Mapa das Periferias do Ministério da Cidades, Camila Leal, a pauta racial vai rasgando fronteiras e gerando um efeito cascata: quando o CAU insere o tema no debate público, mesmo que timidamente pelas faltas de letramento e de pessoas negras em seus espaços, isso impulsiona que profissionais se reconheçam, se movimentem, se aquilombem e se fortaleçam para disputar mais espaços dentro da instituição e fazer com que a pauta continue avançando. Sem esse trabalho articulado e coeso, os esforços se perdem e as conquistas se enfraquecem. Como você acredita que o IAB/DF pode reforçar a luta por valorização profissional das arquitetas e urbanistas? O DF é uma unidade da federação com três títulos claramente dissonantes: o maior número de arquitetos por habitante (CAU x IBGE); as três favelas mais vastas do Brasil (Censo IBGE 2022); e a maior concentração de renda do país (Pnad IBGE 2024). O IAB, enquanto entidade de classe, carrega o peso histórico, a missão social e a liberdade organizacional para se posicionar frente a essas contradições e catalisar profissionais de arquitetura e urbanismo para um projeto de reparação dessas assimetrias e lacunas estruturais. Inaugurando uma série de reportagens temáticas, a arquiteta e urbanista Raquel Freire contribuiu com o IAB/DF no Especial Elas, dedicado aos conteúdos relacionados ao Dia da Mulher Negra Latino-Americana Caribenha (25 de julho) e o Dia Nacional da Mulher Arquiteta e Urbanista (31 de julho).
Elas ingressam mais cedo no mercado de trabalho, têm jornadas mais longas e as mais altas taxas de desemprego. No Distrito Federal, onde a renda per capita está no topo do ranking brasileiro, a distribuição desequilibrada de renda, trabalho, território e acesso a serviços em desfavor das mulheres negras fica evidente nos resultados da Pesquisa Distrital Por Amostra de Domicílios (PDAD 2021). Com rendimento individual médio 50% menor do que homens não-negros, elas estão na base da pirâmide social. A pesquisa mostra que o DF tem uma população negra superior à não-negra. Mas se 57,4% dos habitantes é preto ou pardo - média superior à nacional (55,8%) - eles habitam o território de maneira segregada: enquanto 32,7% vive no no Lago Sul, 75,45% é morador da SCIA-Estrutural. No acesso ao ensino formal, outro contraste: no DF, 35% da população tem nível superior completo enquanto taxa nacional é de 17,4%, o percentual de homens não-negros com nível superior é o maior (46,41%), enquanto o menor percentual é de mulheres negras (26,93%). Já na faixa “sem instrução”, o maior percentual é de mulheres negras (5,18%) contra cerca de metade para homens não-negros (2,65%). Os dados reafirmam um perfil identificado pela intelectual Lélia Gonzalez há mais de trinta anos: "Ora, na medida em que existe uma divisão racial e sexual do trabalho, não é difícil concluir sobre o processo de tríplice discriminação sofrido pela mulher negra (enquanto raça, classe e sexo), assim como sobre seu lugar na força de trabalho.", escreveu a ativista brasileira, que foi uma das fundadoras do Movimento Negro Unificado no Brasil. No dia da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha, o IAB/DF convida a refinar o olhar sobre a arquitetura e urbanismo a partir da condição das mulheres negras, fatia da categoria que recebe até um terço do salário que profissionais de arquitetura deveriam receber, segundo o Censo das Arquitetas e Arquitetos do Brasil, publicado pelo CAU/BR em 2020. Mais do que isso, instiga a pensar sobre a contribuição que elas trazem para o nosso campo de trabalho. "Sem óticas diversas, como a de mulheres negras, perdemos a oportunidade de ter perspectivas únicas e que denunciam as lacunas da vulnerabilidade e do racismo que o espaço urbano acaba evidenciando", afirma, na entrevista abaixo, a arquiteta e urbanista Raquel Freire, que é conselheira superior e coordenadora da Comissão de Equidade de Gênero e Raça do IAB/DF e também vice-presidente de Ações Afirmativas na Direção Nacional (IAB-DN). Formada pela Universidade de Brasília (UnB), Raquel também é artista visual, musicista e pesquisadora e, atualmente, cursa Mestrado em Urbanismo pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) e Especialização em Geoprocessamento pela PUC Minas. "Se não ampliamos os espaços de debate na arquitetura e urbanismo, podemos cair num empobrecimento e, consequentemente, uma homogeneização do espaço", assegura. Confira a entrevista completa: As mulheres negras ocupam as cidades e os espaços públicos na medida inversa em que decidem sobre eles. O que a arquitetura e o urbanismo vem perdendo com a invisibilidade dessas produtoras das cidades? Quais contribuições arquitetas e urbanistas negras tem a oferecer para o campo da arquitetura e urbanismo? Eu acredito que mulheres negras, onde ingressam, são mobilizadoras de transformação. Na arquitetura, quando a cidade é ocupada por nós mas estamos distantes dos espaços de debate e de decisão, a profissão e os âmbitos em que atuamos perdem esse poder transformador que mulheres negras têm, exatamente por elas serem atuantes diretas no combate às desigualdades no espaço urbano. Sem óticas diversas, como a de mulheres negras, perdemos a oportunidade de ter perspectivas únicas e que denunciam as lacunas da vulnerabilidade e do racismo que o espaço urbano acaba evidenciando. Se não ampliamos os espaços de debate sobre arquitetura e urbanismo, podemos cair num empobrecimento e, consequentemente, uma homogeneização do espaço. Qual a relação entre a arquitetura e urbanismo e a insegurança vivida pelas mulheres, especialmente as mulheres negras, nas cidades? A Pesquisa Distrital Por Amostra de Domicílios (PDAD) mostrou que mulheres negras são maioria no uso dos espaços livres quanto no transporte público. E nesses locais, a gente percebe uma vulnerabilidade múltipla e multifacetada. Há uma sensação de insegurança nos espaços públicos, que se soma à falta de iluminação, de acessibilidade e à ausência de requalificação dos mesmos. Junto disso, nos estudos urbanos, há evidências de uma segregação espacial, onde mulheres negras são comprovadamente maioria como população de baixa renda e periférica, e isso fica em evidência nas distâncias do centro, dos equipamentos públicos, e da qualidade de vida desejada. De que maneira o racismo estrutural se manifesta no planejamento urbano das cidades brasileiras e como a arquitetura e o urbanismo podem responder melhor às demandas das comunidades negras e periféricas? Esse ponto da segregação espacial é um grande destaque. Trabalhando com geoprocessamento, e trazendo os dados étnico-raciais do Censo para a leitura da cidade por meio do mapa, fica evidente, nessa leitura do território, como a segregação espacial revela uma cidade segregada étnico-racialmente, e não apenas socioeconomicamente. Na verdade, é nesse momento que a gente descobre que, onde essas pessoas negras moram em peso, são os lugares majoritariamente periféricos, com déficit na infraestrutura, nos equipamentos públicos urbanos, sendo espaços simbólicos de perpetuação da desigualdade racial. São efeitos simbólicos que chamamos de periferização da população negra, cada vez mais empurrada para áreas distantes. É esse também o efeito causado pela gentrificação, devido à valorização imobiliária e à falta de políticas de habitação social em regiões centrais. Enfim, são muitos os impactos dessa dinâmica do racismo para a arquitetura e urbanismo. No fim, são essas regiões periféricas as mais criminalizadas pela segurança pública, não somente por sua precarização, mas principalmente pela presença da população negra. Atualmente, um jovem negro é morto a cada 16 minutos. Há um par de anos, eram 18 minutos. Então, essa criminalização tem não somente território, mas também cor. E eu acredito que a gente consegue soluções para os territórios periféricos tenham menor desigualdade na sua estrutura e no seu desenho, e com uma diminuição desse déficit de elementos cruciais para uma qualidade de vida. Soluções como o planejamento participativo, onde a gente tem o envolvimento das comunidades periféricas, que são, em peso, formadas por população negra, por exemplo. Contar com mais projetos de revitalização urbana que valorizem a cultura e a identidade dessas comunidades que residem nas áreas periféricas. Existe uma cultura afro-brasileira presente e também outras culturas que constroem a periferia e a fortalecem numa relação coletiva, e isso tem que ser pautado dentro dos projetos de urbanismo e de planejamento urbano. Também como solução crucial, uma ênfase na relevância das políticas de habitação social para que possa haver uma centralidade urbana ocupada por pessoas com maior diversidade étnico-racial e que, de fato, sejam políticas que garantam o acesso à moradia digna para todos. Quais são os principais desafios enfrentados por mulheres negras para ingressar e se manter na profissão? Existem diferenças nas oportunidades de trabalho e reconhecimento entre arquitetas negras e não negras? Como isso se manifesta? Principalmente, e sem sombra de dúvida, a falta de oportunidades. Mulheres negras são duplamente questionadas, pois são estruturantes essenciais para a formação da família, como apontam dados do censo. A maior parte das chefes de família no Brasil, especialmente em habitações em vulnerabilidade habitacional, é composta por mulheres negras. Esse processo dificulta muito o acesso de mulheres negras à arquitetura e urbanismo, porque é uma profissão que exige uma carga horária extensa. E nós mulheres, socialmente impostas nesse lugar de cuidado da família e filho, temos infelizmente uma carga tripla ao lidarmos com uma profissão como essa no dia a dia. São atividades cotidianas exaustivas, e que geram questionamentos sobre nossa capacidade como mulher no mercado de trabalho. Somado a isso, a falta de oportunidades e de políticas afirmativas nesse processo, mesmo com o aumento recente de profissionais negros na arquitetura e urbanismo, conforme constatado em nosso primeiro censo, em 2020, realizado pelo Conselho de Arquitetura e Urbanismo. Além disso, todo o processo como mulher negra na sociedade brasileira, e também na nossa profissão, postos pelas barreiras sociais, econômicas e institucionais, a cara da arquitetura e o urbanismo não era feminina, e muito menos negra. Nossa profissão ainda é vista como essencialmente elitista, estruturada por profissionais brancos e com serviços para somente classes mais altas. Como se arquitetura não fosse alcançável para todas as classes e pessoas. Com o processo de colonização e racialização dos corpos negros no Brasil, nós não somos socialmente consideradas pertencentes a esses espaços. Isso resulta diretamente num racismo institucional, na falta de oportunidades e no não reconhecimento dessas profissionais, que são invisibilizadas ou desvalorizadas por esses fatores. Através do Censo do CAU (2020), sobre diversidade de gênero e raça, a gente começa a perceber que menos de 5% dos arquitetos registrados no Brasil são pessoas negras. E, quando consideramos as mulheres negras, a mesma pesquisa revela que elas recebem até um terço do salário que profissionais de arquitetura deveriam receber. Além disso, mulheres negras à frente de escritórios são menos recorrentes. E como isso impacta também a nossa visão do que é um arquiteto no mercado de trabalho? Qual a imagem desse arquiteto? Qual é o gênero? Qual é a cor desse profissional? Então, nós não somos reconhecidas como profissionais comuns, a serem encontradas de forma comum nesses espaços. E isso evidencia e dificulta a nossa presença nesses lugares. Na sua visão, a ampliação do acesso à universidade (em grande parte por meio das cotas) vem mostrando resultados na produção acadêmica e em projetos arquitetônicos que refletem as perspectivas e necessidades das mulheres negras? Sim, com certeza. Sendo eu fruto das políticas afirmativas estabelecidas nas IES, percebo que as gerações de ingressos na EAUs que sucederam essas políticas, resultaram no questionamento da arquitetura hegemônica, das referências eurocentradas e de um planejamento que não refletia a nossa realidade cotidiana como pessoas negras. É possível perceber nitidamente uma maior diversidade de temas e abordagens, o aumento de projetos inclusivos e que tentam promover uma justiça social, além de mais debates sobre questões raciais e de gênero. Essa presença de mulheres negras na pós graduação é o próximo desafio. Com as políticas afirmativas para pós instaurada desde 2023 em âmbito nacional, a gente sonha com esse aumento da presença de professoras negras, com responsabilização política, a fim de decolonializar o ensino da arquitetura também dentro das salas de aulas, e contribuindo pro aumento de uma diversidade de raça e gênero nos corpos docentes das escolas de arquitetura e urbanismo. Como você avalia o tratamento da pauta racial nas instituições de classe? O que evoluiu e o que ainda precisa avançar? O tratamento da pauta racial nas instituições da nossa classe tem evoluído, mas ainda há muito a ser feito. Algumas instituições como o IAB, entidade centenária da arquitetura, e o recém estabelecido CAU, têm promovido debates e eventos sobre questões raciais e de gênero, e têm criado comissões e grupos de trabalho para tratar do tema. Porém, a pauta racial ainda é marginalizada quando pensamos na mudança efetiva para as políticas profissionais e há baixa representatividade de mulheres negras em cargos de liderança nessa entidade, autarquias e espaço de decisão sobre as políticas da nossa profissão. É preciso avançar em políticas de inclusão e diversidade de forma urgente para que garantam a representatividade de mulheres negras em todos os níveis da instituição. Assim como também elaborar programas de capacitação e mentoria que apoiem o desenvolvimento profissional de mulheres negras. Mas, principalmente, o combate institucional efetivo ao racismo e à discriminação, que criem políticas para ambiente de trabalhos na arquitetura e urbanismo que sejam mais justos e inclusivos. Qual é a importância de espaços afetivos e movimentos de aquilombamento em uma profissão que se referencia em parâmetros coloniais e eurocêntricos? Para mim, os espaços afetivos para pessoas negras na arquitetura são essencialmente espaços de organização para pautar mudanças significativas. Ou seja, para o nosso campo profissional e nossas formas de abordar a coletividade, o afeto é político. Por isso, a importância dos espaços afetivos e movimentos de aquilombamento em uma profissão que ainda se referencia em parâmetros coloniais e eurocentrados é fundamental. Acredito que esses espaços são cruciais para fortalecer nossa identidade, permitindo que nós, mulheres negras, possamos nos conectar com nossas identidades, de ser e de ver o mundo, e principalmente de fortalecer nossa permanência nesses espaços, onde somos poucas. Nesses espaços de coletividade, também temos a oportunidade de trocar experiências, saberes, vivências e conhecimentos, criando assim uma rede de apoio e solidariedade. Além disso, esses espaços são importantes para buscarmos esse poder transformador, para nós, e de combate ao racismo e à discriminação, para o mundo. Consequentemente, a abertura de espaços de afeto e aquilombamento na arquitetura e urbanismo é um ponto de firmamento essencial para transformarmos a profissão em um campo mais justo e inclusivo. IAB/DF e Icomos-DF promovem nova turma do curso Fundamentos de conservação e intervenção em edifícios do Plano Piloto de Brasília, em edição especial voltada para pessoas com formação em Arquitetura ou Engenharia.
O curso terá 4 aulas e uma visita técnica, de 18 de agosto a 8 de setembro de 2025, e abordará conceitos, procedimentos técnicos e ferramentas de projeto voltados para uma melhor conservação e melhores intervenções nos imóveis do Plano Piloto de Brasília. As atividades serão presenciais, com aulas noturnas na sede do IAB/DF, no Setor Comercial Sul. Professoras e professores são arquitetos-urbanistas e engenheiros civis, com formação acadêmica e experiência na área, que lhes permitirá dar uma abordagem prática ao tema, voltada para os casos que se enfrentam na prática profissional. Assuntos abordados: - Valorizando a arquitetura de Brasília - Ferramentas contemporâneas de levantamento e projeto - Boas práticas de manutenção em blocos de superquadras - Recuperação de sistemas construtivos típicos de Brasília - Lidando com os tombamentos de Brasília - Selo CAU, critérios e concessão - Plano de Conservação preventiva - Questões recorrentes de projeto em blocos de superquadras Programação e ementa: https://docs.google.com/document/d/1K7YDQoWBrYxkvpXOMLSwgoc9EQ_wqPfsx5MWp7jgVis/edit?usp=sharing Valor total: 400 reais Pagamentos através do PIX: [email protected] Desconto de 20% para: Associados ao ICOMOS-DF e IAB/DF; pretos, pardos ou indígenas; estudantes; pessoa com deficiência. Serão concedidas 2 bolsas integrais para: integrantes do CadÚnico e/ou oriuntos de cotas sociais e raciais. Formulário para inscrição: https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSc1IDzYVl9LDZZwNTCxCdFZopXFylQYI7Dma8DXu-mfRne_cA/viewform?usp=header Formulário para solicitação de bolsa: https://forms.gle/rSNcWSBph5juCDei8 O IAB/DF realizou sua Assembleia Geral Ordinária com ampla participação de associados/as no dia 25 de junho. O encontro, realizado de forma presencial no escritório da entidade, debateu dois temas importantes que reforçaram a institucionalidade e o caráter cultural, político e associativo do IAB: a gestão imobiliária e a aprovação do novo estatuto social.
Sede social e desafios imobiliários A situação da sede social do Instituto, que tem apresentado problemas devido à subutilização, foi pauta do encontro. A falta de ocupação do espaço tem levado a ocorrências como ocupações irregulares e deterioração da estrutura, demandando ações urgentes. Os associados avaliaram propostas para otimizar o uso do local e garantir sua preservação e funcionalidade a serviço dos profissionais do DF. O IAB/DF vem buscando diálogo com o CAU/BR para avançar na execução do contrato para a construção de uma sede conjunta, conforme contrato assinado em 2016 e cujo projeto foi escolhido por meio de concurso público nacional. Modernização estatutária Outro tema em destaque foi a discussão e aprovação do novo estatuto da associação, que passa por atualizações. Entre as principais mudanças, está a reestruturação da nominata da diretoria, com a criação de novos cargos e a redistribuição de atribuições para melhorar a gestão e a representatividade da entidade. Foi criada uma diretoria exclusiva para a comunicação, pasta atualmente acumulada pela diretoria cultural, visando fortalecer o IAB enquanto entidade cultural das/os arquitetos e aprimorar as ações de comunicação com seus associados e com a população do DF. O novo estatuto também aprimora o processo eleitoral, oferecendo maior segurança e responsabilidade na formação de chapas. A proposta foi aprovada por unanimidade pela maioria dos presentes, marcando um avanço na modernização da associação. Participação expressiva O evento contou com uma expressiva presença de arquitetos associados, reforçando o engajamento da categoria nas decisões institucionais. A assembleia abriu os trabalhos com quórum bastante superior ao mínimo exigido para mudança de estatuto. Para o presidente do IAB/DF, arquiteto Luiz Eduardo Sarmento, as discussões superaram as expectativas. “Foi possível avançar na busca de soluções para problemas da entidade mas, principalmente, foi um momento oportuno para pensar o futuro do IAB”, afirmou. Ele destacou ainda o caráter unânime das aprovações do novo estatuto e dos encaminhamentos acerca do patrimônio imobiliário do IAB/DF. “São deliberações que permitirão a adequação do IAB/DF aos desafios e possibilidades do mundo contemporâneo, e irão possibilitar que o nosso instituto siga focando em ser a entidade cultural dos arquitetos, com independência e potência”, avaliou. A Associação agradece a todos os participantes e reafirma seu compromisso com a transparência e a evolução constante em prol da arquitetura e dos profissionais da área. 📢 Convocatória IAB/DF – 6ª Conferência Distrital das Cidades
Olá, pessoal! No dia 05/07 (sábado), das 8h às 13h, na ADUnB (Plano Piloto), acontece a Etapa Preparatória Central e Leste da 6ª CDC, com o tema: 🎯 Construindo a Política Nacional de Desenvolvimento Urbano: caminhos para cidades inclusivas, democráticas, sustentáveis e com justiça social.” Vamos eleger delegadas(os) para a Etapa Distrital e o IAB/DF poderá disputar no segmento “Entidades Profissionais, Acadêmicas e de Pesquisa”, com carta de indicação institucional. ➡️ Escritórios de arquitetura podem se inscrever pelo segmento Empresarial. ➡️ Coletivos e associações com CNPJ podem participar como Organizações Não Governamentais (ONGs/OSCs). 📲 Inscrições até 04/07: [https://6conferenciadistritalcidades.seduh.df.gov.br] Mas pode fazer inscrição no local no dia 5/07 de 8 as 10 horas, ADUnB . 📄 Solicite os modelos de declaração de vínculo ou anuência institucional pelo e-mail 📧 [[email protected]] ou no grupo institucional _Os documentos podem ser entregues após a eleição do dia 5/07_. Vamos juntos fortalecer a presença da arquitetura e do urbanismo nas decisões sobre o futuro das cidades! ✊🏽🏘️ O Instituto dos Arquitetos do Brasil - Departamento do Distrito Federal (IAB/DF) manifesta sua tristeza diante da partida do arquiteto Cláudio José Pinheiro Villar de Queiroz.
Cláudio Queiroz desembarcou no ano de 1961 em Brasília, cidade onde exerceu a maior parte da sua carreira. Foi professor da UnB e trabalhou por 17 anos ao lado de Oscar Niemeyer. Juntos, projetaram o campus principal da Universidade de Mentouri, na Argélia, país que abrigou os arquitetos durante o período de exílio, entre 1968 e 1978. Deixa importante obra construída na capital federal, entre as quais edificações marcantes do campus Darcy Ribeiro da UnB, como os pavilhões de aulas João Calmon e Anísio Teixeira e a sede do Departamento de Artes Cênicas. Profissional cidadão, dedicado à preservação e planejamento do conjunto de Brasília, foi membro destacado do IAB/DF, onde integrou a Comissão de Política Urbana. Também emprestou sua expertise profissional como jurado em concursos organizados pela entidade. Além de arquiteto, Claudio Queiroz também era o Mestre Danadinho nas rodas de capoeira. Foi pioneiro no ensino da arte que é patrimônio cultural imaterial nas escolas de Brasília e estudou a relação entre arquitetura e capoeira em sua tese de doutorado. "Capoeira não é só dança, luta ou jogo, mas sim as três coisas interagindo de maneira indissociável. Da mesma maneira, na arquitetura, a estética, a racionalidade e a funcionalidade são indivisíveis", declarou, em entrevista. Irmão do também arquiteto Haroldo Pinheiro Villar de Queiroz — ex-presidente do IAB/DF e do IAB Nacional e primeiro presidente do CAU/BR — Cláudio Queiroz partiu aos 77 anos e deixou três filhos. Neste momento de dor, o IAB/DF expressa suas sinceras condolências à família, amigos, alunos, ex-alunos e a todos que compartilharam da trajetória desse grande mestre. Que sua obra e memória sigam vivas no coração da arquitetura e da capoeira. A despedida acontece na quarta-feira, às 15h, no Cemitério Campo da Esperança, Capela 1 - Asa Sul, em Brasília. Obra resgata as trocas pessoais e profissionais do arquiteto, ex-presidente do IAB, reconhecido por democratizar o debate e o acesso à arquitetura
O arquiteto e urbanista Gilson Paranhos lança no dia 17 de junho, em Brasília, a obra "Desígnios e Desenhos", em co-autoria com a escritora Luisa de Lavor. A publicação entrelaça as trajetórias pessoal e profissional do arquiteto, reconhecido por fomentar a Assistência Técnica para Habitação de Interesse Social (ATHIS) e por seus projetos de impacto à frente da Companhia do Desenvolvimento Habitacional do Distrito Federal (Codhab). O lançamento ocorre às 19h no Bar Beirute (SCLS 109, Asa Sul). A obra reconstitui não apenas a carreira de Gilson Paranhos, mas também as relações profissionais e afetivas que moldaram seu pensamento – incluindo trocas com nomes consagrados da arquitetura e da política de ATHIS, como Clóvis Ilgenfritz, Zezéu Ribeiro e João Filgueiras (Lelé). De forma especial, o autor resgata a longa convivência com Milton Ramos, arquiteto que executou diversas obras de Oscar Niemeyer em Brasília, como o Palácio do Itamaraty. "Niemeyer dizia que Milton Ramos era o arquiteto mais sensível que conheceu. Tive a oportunidade de trabalhar com ele (Ramos) até o fim da sua vida e desenvolver uma relação quase de pai e filho", conta Paranhos. Fruto de entrevistas realizadas por Luisa de Lavor ao longo de dois anos, o livro também contou com a colaboração especial de Rosângela de Oliveira Alves, esposa de Gilson. Apesar das pressões para que contasse sua história, o arquiteto afirma que o projeto só avançou sob a condição de que a linguagem fosse clara, evitando o tom acadêmico, e o preço, acessível. "Queria um livro simples, palatável, que não fosse caro para que qualquer pessoa possa ler. Fiquei muito feliz com o resultado", diz Paranhos, conhecido por defender que a arquitetura deve ser discutida como ferramenta de inclusão. "No livro, falo como enxergo a arquitetura e urbanismo e a importância da coletividade para a profissão. O arquiteto tem que ser completo, capaz de pensar as edificações e também o urbanismo", afirma. "Desígnios e Desenhos" estará à venda pelo valor de R$ 28 no dia do lançamento, quando também haverá sessão de autógrafos com o autor. A obra está disponível para aquisição via correio com custo adicional de R$ 10. Serviço O quê: Lançamento do livro "Desígnios e Desenhos" Quando: 17 de junho, às 19h Onde: Bar Beirute (SCLS 109, Asa Sul) Preço: R$ 28 + R$ 10 (envio) Contato para aquisição da obra: 61 99944 2828 IAB/DF é eleito para mais um mandato no ConplanO IAB/DF foi reeleito para o Conselho de Planejamento Territorial e Urbano do DF (Conplan), reforçando seu compromisso com a qualidade urbana e arquitetônica da região. O Conplan é um colegiado composto por representantes da sociedade civil e do poder público voltado à formulação de políticas urbanas e territoriais. A participação ativa do IAB/DF contribui para a preservação do patrimônio cultural, sustentabilidade ambiental e justiça territorial. “O IAB seguirá lutando pelo direito à cidade e à arquitetura, bandeiras históricas da entidade”, destacou o presidente Luiz Eduardo Sarmento. Palestra “Um olhar sobre arquivos e a construção de narrativas
Acordo de Cooperação Técnica - IHG/DF O Instituto Histórico e Geográfico do Distrito Federal (IHG-DF) e o Instituto de Arquitetos do Brasil – Departamento do Distrito Federal (IAB-DF) assinaram, no dia 11 de fevereiro, um Acordo de Cooperação Técnica. A solenidade ocorreu na sede do IHG-DF, na Asa Sul, e contou com a apresentação da marca e do selo comemorativo dos 65 anos do Instituto. A cerimônia reuniu, na mesa de honra, o presidente do IHG-DF, Paulo Castelo Branco, além do diretor de Relações Institucionais, Sr. Jorge Cartaxo, e da diretora do Centro de Documentação da entidade, Sra. Lenora Barbo. Pelo IAB/DF, participaram o presidente Luiz Eduardo Sarmento. O ato contou ainda com a assinatura de testemunhas, os arquitetos Antônio Carlos Moraes de Castro e Sylvia Ficher. O acordo de cooperação entre as instituições tem como objetivo fortalecer a parceria para a promoção de atividades técnicas e culturais, com foco inicial na preservação da memória e do patrimônio cultural de Brasília, bem como na organização dos acervos históricos das entidades, que contam com importantes - e ainda pouco conhecidos - documentos sobre a capital. Confira mais em: https://www.iabdf.org.br/noticias/iabdf-e-ihgdf-assinam-acordo-de-cooperacao-tecnica Campo Grande anuncia execução de projeto vencedor de concurso promovido pelo IAB/DFA Prefeitura de Campo Grande/MS assinou em fevereiro contrato para dar início às obras do conjunto de interesse social que teve projeto selecionado por meio de concurso organizado pelo IAB/DF em 2021. 164 famílias com renda de até três salários-mínimos serão beneficiadas pelo projeto vencedor do Concurso Público Nacional de Arquitetura "Habitação de Interesse Sustentável", promovido pela Agência Alemã de Cooperação Internacional (GIZ) em parceria com o Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR). Trata-se do primeiro condomínio habitacional sustentável do Brasil que será construído no Bairro Paulo Coelho Machado, na Avenida dos Cafezais. O projeto prevê 3 tipologias distintas, todas com varandas. Também integra soluções como uso de energia solar fotovoltaica, captação de água da chuva, abundância de áreas verdes e espaços drenantes para águas pluviais e orientação solar que minimiza insolação direta nos imóveis, além de um modelo de autogestão financeira, garantindo a sustentabilidade do empreendimento. “São três propostas de altíssima qualidade que servirão de modelo para podermos construir boas arquiteturas dentro desse tema chave da habitação de interesse social. Será um momento de celebrar a ousadia desse concurso”, afirmou a arquiteta e urbanista responsável pela proposta vencedora, Paula Vilela e Souza. Leia a notícia completa https://www.iabdf.org.br/noticias/projeto-habitacional-sustentavel-escolhido-por-concurso-publico-organizado-pelo-iab-df-em-2021-sera-construido-em-campo-grande E se as mulheres projetassem as cidades Como parte das comemorações pelo Dia Internacional da Mulher, o IAB/DF participou do lançamento do livro "E se as mulheres projetassem as cidades?", da arquiteta e urbanista May East. A publicação é produto da tese de doutorado em que a arquiteta e artista projeta dá voz a 274 mulheres de três cidades escocesas sobre o espaço urbano. A conselheira superior e Cofundadora do Coletivo Arquitetas (In) Visíveis, Luiza Dias Coelho, representou o IAB/DF na ocasião. A autora compartilhou recortes do evento e da visita à Brasília em suas redes: https://www.instagram.com/reel/DG9P9klPEG0/?igsh=MTV2OXdjbmNjOGMwdw== IAB/DF recebe delegação da União Europeia Uma delegação da União Europeia foi recebida na sede do IAB/DF em 14 de março para discutir possíveis parcerias na promoção da arquitetura e do urbanismo. O encontro teve como objetivo estabelecer iniciativas de intercâmbio no DF, tanto para divulgar a produção local quanto para trazer a Brasília exposições e eventos sobre a arquitetura europeia. A reunião contou com a presença de Noelia Barriuso, Team Leader no programa de Diplomacia Pública da UE no Brasil; Stephanie Horel, Programme Officer do programa de Diplomacia Pública da UE no Brasil; e do premiado arquiteto Laurent Troost, consultor do programa de Diplomacia Pública da UE no Brasil para a Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo. Pelo IAB/DF, estiveram presentes o presidente Luiz Eduardo Sarmento, a conselheira e coordenadora de Assuntos Culturais Internacionais do IAB/DF, arquiteta Luiza Dias Coelho, e o assessor, arquiteto João Schincariol. Confira a notícia completa: https://www.iabdf.org.br/noticias/iab-df-recebe-delegacao-da-uniao-europeia-para-discutir-parcerias-na-promocao-da-arquitetura-e-do-urbanismo-em-brasilia Audiência com deputado Fábio FelixA diretoria do IAB/DF foi recebida em audiência pelo deputado Fábio Félix na Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) em 18 de março. O assunto principal foi a sessão solene em homenagem aos 65 anos da instituição, mas o encontro também oportunizou a discussão de outros temas de interesse coletivo. Estiveram em pauta a política distrital de arborização urbana, uma visita aos conjuntos habitacionais no Sol Nascente e a promoção da diversidade e segurança urbana. Além do próprio deputado, o presidente do IAB/DF, Luiz Eduardo Sarmento e a conselheira superior Luiza Dias também foram recebidos pelo assessor Thiago Carvalho Pereira. Confira a notícia completa: https://www.iabdf.org.br/noticias/deputado-fabio-felix-propoe-sessao-solene-em-homenagem-aos-65-anos-do-iab-df-e-debate-arborizacao-urbana Catálogo do Projeto Revela disponibiliza documentos on-line Desde 2021, o IAB/DF promove uma série de esforços pela organização do seu acervo documental. Um Diagnóstico Situacional Arquivístico elaborado pela arquivista Natasha Tolêdo incluiu um plano de ação que vem sendo implementado graças ao trabalho voluntário dos membros do IAB/DF e ao apoio financeiro do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Distrito Federal (CAU/DF). Em 2023, a exposição “A Construção da Profissão”, deu continuidade ao plano de ação por intermédio do Projeto Revela. Esse projeto, que teve início em outubro de 2024, promoveu a organização, a catalogação e o tratamento técnico do acervo documental do IAB/DF. As atividades foram executadas pela arquivista Roseni Ximenes, com a participação dos profissionais Marcos Vinícius dos Santos de Morais e Mayara Dias Miranda. O acervo sistematizado foi publicado em um catálogo que oportuniza o acesso digital aos documentos. Com a iniciativa, o IAB/DF facilita a consulta ao acervo e torna possível pesquisas direcionadas. Acesse o catálogo na aba acervo e memória: https://www.iabdf.org.br/acervo-e-memoacuteria.html Especial 65 anos do IAB/DFMensagem da diretoria A diretoria da Gestão 2023-2025 - Cultura, Democracia e Diversidade publicou artigo especial dirigido aos colegas. “Ao longo dessas décadas, o IAB/DF tem sido um espaço de reflexão, resistência, crítica e, principalmente, proposição, comprometido com o desenvolvimento urbano e arquitetônico de Brasília e do país. Nossa trajetória se fortalece graças ao empenho e à dedicação de cada um de vocês – dirigentes, associadas/os, parceiras/os e amigas/os – que compartilham conosco a missão de construir cidades justas, democráticas e sustentáveis”, diz o texto. Leia o artigo na íntegra: https://www.iabdf.org.br/noticias/iabdf-65-anos Câmara Distrital celebra os 65 anos do IAB/DF Em sessão solene, a Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) marcou a passagem dos 65 anos do IAB/DF, completos em 20 de março. A sessão aconteceu no dia 11 de abril e foi prestigiada pelas principais organizações representativas da arquitetura e urbanismo. Na abertura da sessão, Fábio Félix destacou a atuação do IAB/DF em defesa das pautas urbanas e do direito à cidade. Diversas autoridades usaram a palavra para resgatar a relevância do IAB/DF tanto para os profissionais quanto para Brasília e o Distrito Federal. Leia a matéria completa: https://www.iabdf.org.br/noticias/camara-distrital-celebra-os-65-anos-do-iabdf Ex-presidentes do IAB/DF recebem homenagem na Câmara Distrital A sessão solene em homenagem ao aniversário do IAB/DF foi marcada pela homenagem aos ex-presidentes da instituição. Arquitetos e urbanistas que estiveram à frente do Instituto receberam Moções de Louvor pela dedicação à promoção da cultura arquitetônica e ao desenvolvimento da profissão. A honraria foi entregue pelo presidente do IAB/DF, Luiz Eduardo Sarmento, e pelo propositor da sessão, deputado Fábio Felix. Leia a matéria completa: https://www.iabdf.org.br/noticias/ex-presidentes-do-iab-df-recebem-homenagem-na-camara-distrital IAB/DF fecha parceria com o fotógrafo Bruno Castro
Em março de 2025 fechamos mais uma parceria no IAB/DF, dessa vez, com o Fotógrafo Bruno Castro, associado ao Coletivo Nacional de Fotógrafos de Arquitetura - CONAFARQ, tendo colaborado com o IAB em outras oportunidades. O trabalho como Fotógrafo, foi uma história que começou diretamente inspirada nos trabalhos do avô em São Paulo-SP, ainda na Fotografia analógica. Conjuntamente, é graduando na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Brasília-FAU UnB, também possui formação no curso de Design and Diagramation Development (2014) com direcionamento para a criação digital. Sempre muito ativo e prestativo nas redes do IAB/DF, Bruno se mostrou desde sempre muito disponível e interessado na nossa atuação, o que incentivou mais ainda a proposta para uma parceria. A reunião ocorrida em março deste ano fechou com chave de ouro uma proposta de colaboração entre o Fotógrafo e o Instituto. Leia a matéria completa: https://www.iabdf.org.br/noticias/iabdf-fecha-parceria-com-o-fotografo-bruno-castro O Instituto de Arquitetos do Brasil – Departamento do Distrito Federal (IAB/DF), por meio de seu Conselho Diretor e Conselheiros Superiores, conforme deliberado em reunião ocorrida em 07 de maio de 2025, manifesta total apoio à luta das/os servidoras/es públicas/os federais do Sistema MinC e à urgente reestruturação das carreiras da cultura.
Reconhecemos a importância do Plano das Carreiras dos Cargos da Cultura (PCCULT), elaborado de forma democrática pelo Ministério da Cultura, com a participação de servidores e encaminhado pelo MinC ao Ministério da Gestão e da Inovação. Trata-se de uma pauta legítima, que busca corrigir décadas de desvalorização, precarização e desfazimento de uma carreira essencial ao Estado brasileiro, que se encontra hoje sem a guarida de um regramento institucional com cargos e atribuições claras, o que deixa o Sistema MinC e suas/os trabalhadoras/es fragilizados diante de mudanças políticas, como a que extinguiu o Ministério no último governo. A cultura precisa retomar seu protagonismo na agenda governamental e ser restabelecida enquanto política essencial e prioritária do Estado, como já ocorreu em alguns momentos da história do Brasil, gerando importantes avanços na construção da identidade nacional. Isso resultou em políticas públicas inovadoras, de alto impacto, inclusive internacionalmente, com destaque para a consolidação da política de patrimônio cultural, o reconhecimento dos saberes e fazeres da diversa população brasileira, o desenvolvimento da arquitetura e do urbanismo no país — que alcançou reconhecimento mundial — além dos avanços no campo das artes, do design, da música, do reconhecimento e fomento aos saberes tradicionais e do estabelecimento de equipamentos culturais e políticas públicas de excelência. E política pública se faz com pessoas — com servidores — que são instrumentos fundamentais para que a população brasileira tenha acesso aos seus direitos culturais constitucionais e possa produzir e usufruir de toda a potência que nossa cultura carrega. Nesse sentido, é inaceitável que os servidores da cultura — entre eles arquitetos e urbanistas altamente especializados, responsáveis pela gestão, preservação e intervenção em conjuntos urbanos, sítios históricos, edificações tombadas, equipamentos culturais, realização e acompanhamento de obras e projetos e fiscalizações em todo o país — continuem sem o devido reconhecimento institucional. Esses profissionais exercem funções técnicas e estratégicas fundamentais, promovendo políticas de incentivo, proteção, educação e acesso à cultura, muitas vezes atuando com recursos escassos e em contextos adversos. O esvaziamento dos quadros nos órgãos federais de cultura reverbera também na realidade dos estados e municípios, que têm historicamente adotado o Sistema MinC como referência, enfraquecendo ainda mais as políticas públicas voltadas à cultura. Um reflexo da quase ausência de concursos públicos e da baixa atratividade da carreira tem comprometido não apenas a preservação do patrimônio cultural brasileiro, mas também o potencial transformador da economia criativa, setor que movimenta recursos, gera empregos e fortalece a identidade de comunidades e do país. Por isso, o IAB/DF soma-se à mobilização dos servidores e solicita ao presidente Lula atenção especial ao pleito, e à ministra Esther Dweck que trate com celeridade o processo de implementação do PCCULT, mantendo diálogo permanente com as/os representantes da categoria e promovendo todos os diálogos necessários para o fortalecimento do Sistema MinC e das políticas culturais do país, com a urgência que a pauta — que já espera há 20 anos — requer. Fortalecer a cultura brasileira passa, necessariamente, por fortalecer suas instituições e as/os suas/seus servidoras/es. São elas/es os verdadeiros garantidores das políticas públicas culturais e da continuidade institucional, mesmo em momentos de adversidade política. A fundamental e festejada volta do Ministério da Cultura, iniciativa desse governo federal, após seis anos de duros ataques que resultaram em sua extinção, com graves e permanentes reflexos, deve agora ser acompanhada da valorização de seus quadros técnicos e administrativos, que devem contar com estrutura adequada, remuneração digna e plano de carreira condizente com a complexidade, especificidade e importância das funções desempenhadas. A cultura é a base da democracia, da diversidade, da capacidade crítica, da identidade, da criatividade, da inovação e da memória coletiva do país. Sem cultura, não há desenvolvimento. Sem cultura, não há identidade e não há entendimento entre os povos. Defender o fortalecimento do MinC é defender o futuro da cultura brasileira. E, sendo a arquitetura cultura, fortalecer o MinC é fortalecer o desenvolvimento da arquitetura brasileira. Nossa história mostra o quanto uma estrutura federal que inclua as políticas culturais como uma das prioridades do Estado é capaz de transformar, para melhor, nossa realidade. Instituto de Arquitetos do Brasil - Departamento do Distrito Federal - IAB/DF Brasília, 15 de maio de 2025 A partir deste sábado (10 de maio), a Bienal de Arquitetura de Veneza 2025 abre para visitação com participação destacada de arquitetos de Brasília. O pavilhão do Brasil na mostra, que chega à 19ª edição, abriga a exposição “(RE)INVENÇÃO” que tem como curadores a arquiteta Luciana Saboia e os arquitetos Eder Alencar e Matheus Seco, do grupo Plano Coletivo, todos egressos da UnB. A pré-abertura, no dia 8, foi prestigiada pela diretoria da Bienal de São Paulo, por representantes da embaixada brasileira e do Ministério da Cultura, apoiadores da iniciativa junto com o Ministério das Relações Exteriores.
A escolha dos curadores reforça o papel de Brasília como laboratório de inovações urbanas e projeta respostas arquitetônicas criadas no Brasil. Em diálogo com o tema central da Bienal “Intelligens. Natural. Artificial. Collective”, os arquitetos levaram para a mostra internacional um projeto curatorial e expográfico dedicado a estimular a reflexão sobre interações entre natureza, infraestruturas ancestrais e contemporâneas. “Fizemos uma seleção de doze estratégias, cada uma conectada com um projeto diferente”, explica Matheus Seco, que também é ex-presidente do IAB/DF. Ele e os colegas desembarcaram em Veneza a tempo de acompanhar a montagem de parte da exposição, processo executado pelo arquiteto italiano Mateo Eiletz e a equipe da EO Architects. Os curadores estiveram envolvidos ativamente nas decisões sobre a estruturação da sala aérea, um dos espaços em que exploram estratégias contemporâneas embutidas nas cidades brasileiras. “É uma sala suspensa do chão e, na montagem, a gente teve contato direto com a equipe italiana, tanto com supervisores e gerenciadores, como o Mateo Eiletz, quanto com as pessoas que executaram as peças que a gente fez”, relatou o arquiteto. O processo personalizado da criação faz com que a mostra se assemelhe a uma obra no estilo site-specific, elaborada especialmente para o local. Além de participar das decisões, a equipe teve oportunidade de conhecer o processo de produção das peças. “As pedras que a gente usou como contrapeso da exposição são das regiões dos arredores de Veneza, que é mármore bruto e foram esculpidas para chegar no peso máximo de 25 kg. Elas foram produzidas por um artesão que trabalha na basílica de San Marco”, conta. Para Matheus, a montagem manteve a característica colaborativa da concepção. “Assim como o pavilhão é reflexo de um trabalho conjunto, a instalação tem um pouco disso também. A gente definiu coisas juntos, se adaptou. Acho que foi uma das coisas mais ricas da experiência” afirma o arquiteto. A 19ª Bienal de Arquitetura de Veneza ocorre de 10 de maio a 23 de novembro e projetará para o mundo a arquitetura de 65 países nos seus pavilhões. A curadoria da mostra é assinada pelo arquiteto e engenheiro Carlo Ratti. Leia também: A Bienal de Arquitetura de Veneza de 2025 contará com uma forte presença de profissionais de Brasília! Em 17 de abril, o IAB/DF recepcionou uma delegação de arquitetas/os franceses em Brasília. Representando a direção nacional do Instituto de Arquitetos do Brasil (@iab_brasil), o presidente Luiz Eduardo Sarmento e o conselheiro superior Antônio Carlos Moraes de Castro receberam Christophe Millet, presidente da Ordem de Arquitetos da França; a diretora geral Marie-Aude Bailly-Le Bars; e os presidente e vice-presidente do Conselho Regional da Ordem na Guiana Francesa, André Barrat e Caroline Marie Calixte. Foi uma oportunidade para apresentar Brasília, nosso Patrimônio Mundial, explicar como funciona o sistema de ensino de arquitetura e urbanismo e divulgar o trabalho das entidades que atuam pelo avanço da nossa área no Brasil.
O Instituto de Arquitetos do Brasil – Departamento do Distrito Federal – IAB/DF – convida empresas ou entidades interessadas a apresentarem propostas para a ocupação da sala 206 do edifício Oscar Niemeyer, com área de 41m². A ocupação da sala será feita por contrato de cessão de uso de espaço físico, mediante pagamento de contribuição mensal. A cessionária deverá arcar com todas as despesas de manutenção da sala, bem como com as despesas de condomínio e de IPTU/TLP. A cessão terá o prazo de dois anos, podendo ser renovada se houver interesse do cedente e da cessionária. A cessão poderá ser rescindida de comum acordo entre as partes, a qualquer tempo.
A sala poderá ser visitada mediante agendamento prévio pelo e-mail [email protected]. Outros questionamentos a respeito da cessão podem ser esclarecidos pelo e-mail [email protected]. PRAZO PARA SUBMISSÃO DE PROPOSTAS: 2.5.2025. O edital com demais informações pode ser acessado através do link: drive.google.com/file/d/1fGDllnVVBn7gb1gZGSVcoThSWLd3o7IO/view?usp=sharing |
CATEGORIAS
All
ARQUIVO
Novembro 2025
|