Pronunciamento da professora doutora Sylvia Ficher
17 setembro 2023 " Gostaria inicialmente de agradecer Yukie Watanabe, coordenadora-geral de Patrimônio Histórico do Itamaraty pelo gentil convite. Considerando a razão de ser deste nosso encontro – uma reflexão sobre o valor histórico, artístico e cultural acrisolado na arquitetura cívica da Capital Federal, eu vou me permitir começar citando uma crônica da jornalista e amiga Conceição Freitas, do dia 21 de abril passado. Tem por título, Nem-Nem. Com a palavra, Conceição: Num encontro recente com alunos de ensino médio de escolas públicas fora do Plano, perguntei se alguém sabia quem era Lucio Costa. Ninguém. Em outro, dias depois, os adolescentes não se consideravam nem candangos nem brasilienses. A capital da utopia, para eles, é uma imagem monótona e repetitiva que rola no celular ou na TV. – Candango é quem é pobre. – Brasiliense é quem é rico. – Somos nem-nem. Fecha aspas... E eles estão certos, eles são nem-nem. Esses jovens vivem uma segregação não só espacial, mas também simbólica. Para eles, este patrimônio, este local em que nos encontramos, tão valorizado em nosso meio, na nossa bolha, não diz nada. Sequer o conhecem. Se já estiveram em alguma visita aqui no Itamaraty, talvez tenham gostado mesmo é do dia de folga das aulas. Estão alijados dos códigos que permitiriam uma leitura da experiência, que permitiriam dar outros significados à experiência. Falar em educação patrimonial como tarefa pedagógica sem a contrapartida de apresentar com objetividade qual o porquê da preservação de um bem, seja material, sejam imaterial, é insistir em lições abstratas sobre valores transcendentais. Eu estou convencida que só se protege aquilo que se conhece, aquilo sobre o qual se tem referências claras, concretas. Aquilo que se é capaz de decifrar os códigos, se é capaz de reconhecer. E, ao reconhecer, fazer-se proprietário também. Para, assim, superar o desnível que há entre o entendimento que se tem da importância do patrimônio entre os aqui presentes e entre o entendimento de grande parte das pessoas. Esse descompasso é geral, diria mesmo, universal, entre padrões de gosto, entre níveis de informação, entre experiências de vida, entre valores culturais. Vou me permitir também repetir algumas considerações que fiz em evento recente no IPHAN, denominado "Palácios de Brasília: Projeto e Destino". Afinal, as preocupações são semelhantes. Em 1978, tendo recém concluído um mestrado sobre patrimônio arquitetônico e urbano, participei de uma reunião da SBPC na cidade de Santos. Exatos quarenta anos depois, em 2018 participei de outra reunião, desta vez na Fundação Cultural de Curitiba. Infelizmente, a questão era a mesma: os desafios da preservação. E a minha resposta também foi a mesma: informação, informação, informação. Mas informação direta, sem notas de pé de página e sem bibliografia. Nada explica dizer-se que o Palácio do Itamaraty é uma obra-prima de Oscar Niemeyer, uma obra-prima da arquitetura brasileira, reconhecido internacionalmente por seu alto valor artístico. São palavras vazias... Informação deve ser através de publicações de divulgação, guias despretensiosos, histórias em quadrinho, vídeos curtos como o TikTok e todo o arsenal digital disponível para quem quiser se aprofundar naquilo que lhe interessar. É preciso ter aplicativos. Eu costumava dizer que se não está na internet, não existe. Hoje eu digo: se não tem aplicativo, não existe. Tem aplicativo para tudo, até para beber água! Ou para namorar, como na música do jovem Gabriel Diniz, mais um artista morto em um desses trágicos acidentes com jatinhos, "O nome dela é Jennifer, eu conheci ela no Tinder". Daí a importância de se associar aplicativos e roteiros. Porque roteiros são imprescindíveis, com mapas simplificados, percursos e muitas ilustrações comparativas. E ficam melhor ainda se traduzidos em aplicativos. De modo a auxiliar na visita a bens de uma mesma classe, que ajudem a observar, diferenciar e, assim, reconhecer o que há em comum entre esses bens. No caso de Curitiba, roteiros sobre a arquitetura de madeira, sobre a arquitetura eclética do café, a arquitetura art-nouveau da virada do século ou sobre a arquitetura art-deco da industrialização. No caso de Brasília, um roteiro das sedes de fazendas remanescentes, de suas áreas de preservação ambiental, outro das etapas de construção da metrópole, outro ainda de sua arquitetura monumental, e assim por diante. Insisto, reconhecer é indispensável para o passo seguinte: apropriação, sentir-se proprietário do bem. Reconhecimento e apropriação, ou seja, adesão afetiva, na feliz expressão de Graça Ramos no citado evento do IPHAN. Ou, para citar mais uma música, aquela do Peninha, de grande sucesso na nossa bolha quando gravada na voz de Caetano: "Quando a gente gosta é claro que a gente cuida..." O resto todos nós já sabemos muito bem, são as tarefas rotineiras dos preservacionistas: levantamentos cadastrais, documentação, conservação de arquivos, capacitação técnica, atribuição de valores, definição de prioridade, etc., etc., etc. E portas abertas para se conhecer um bem para além daquilo que é público, para se conhecer suas entranhas e mistérios. Vale sempre o prazer de visitar o proibido!! " Fala pronunciada no Palácio do Itamaraty de Brasília dia 17 de agosto de 2023 no seminário "Palácios de portas abertas: conhecer para proteger" cuja programação foi a seguinte: 10h00: Abertura Embaixador Denis Fontes de Souza Pinto. Secretário de Gestão Administrativa/MRE 10h10: Senhor Leandro Grass. Presidente do !PHAN 10h25: Professora Doutora Sylvia Ficher. Professera Emérita da FAU/UnB 10h40: Mesa redonda Moderação: Conselheira Yukie Watanabe, Coordenadora-geral de Patrimônio Histórico/MRE 10h45: Senhor Rogerio Carvalho, Diretor Curatorial dos Palácios Presidenciais 10h55: Senhor Marcelo Sa de Sousa, Diretor do Museu da Câmara dos Deputados 11h05: Senhora Maria Cristina Silva Monteiro, Coordenadora do Museu do Senado 11h15: Senhor Estêvão Waterloo, Secretario-geral da Presidência do Supremo Tribunal Federal e Senhora Daniela Daros, Secretaria de Altos Estudos, Pesquisas e Gestão da lnformação/STF 11h25: Debate/perguntas e respostas
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O Instituto de Arquitetos do Brasil - Departamento do Distrito Federal (IAB.DF), com apoio da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Brasília (FAU-UnB) e patrocínio do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Distrito Federal (CAU-DF), deu início às atividades públicas no mês de julho.
O primeiro evento faz parte de uma série de atividades programadas para acontecer entre julho e dezembro de 2023, como palestras e oficinas, culminando em uma exposição. “A construção da profissão: a história da do campo da arquitetura e urbanismo pelo acervo centenário do IAB em Brasília” foi contemplada por financiamento através de Edital de Chamamento Público do CAU-DF. A primeira palestra, realizada em 27 de julho, no auditório do CAU-DF, teve como temática ''Expografias em Arquitetura e Urbanismo'', e contou com apresentações de Gabriela Bilá e Marcelo Sávio, que puderam falar sobre seus trabalhos com exposições, tecnologia e concursos. A gravação na íntegra está no canal do IAB-DF no YouTube: https://youtu.be/hwZ2QLgbuGE A segunda atividade aconteceu no dia 08 de agosto, também no auditório do CAU-DF, com as temáticas 'Expografias em Arquitetura e Urbanismo' e 'Pesquisar, construir narrativas e exposições'. As palestras foram ministradas por Muha Bazila e Luiza Coelho, cujos títulos foram, respectivamente: 'Arquitetura e Narrativas Históricas: uma análise racializada sobre memória e territórios' e 'O reconhecimento do trabalho feminino na arquitetura e urbanismo'. A gravação na íntegra está no canal do IAB-DF no YouTube: https://youtu.be/FxvR4GgovW8 Estão programados mais eventos até o mês de dezembro, e as datas serão divulgadas nas redes sociais do IAB-DF. A próxima palestra acontecerá no dia 05/09, com Danilo Matoso e Paula André, e as informações estão no nosso instagram. Lembramos que todas as atividades são gratuitas e garantem certificado de participação! A preservação é inerente à vida, uma vez nascidos procuramos a longevidade. É similar no trato do patrimônio cultural. Preservar (praeservare, observar previamente), é o preceito mais genérico dos compromissos relativos ao direito à memória. Acolhe todas as ações que visam conservar o patrimônio cultural, ou sejam: identificação, proteção, conservação, restauração, manutenção e revitalização. O conceito mesmo do patrimônio cultural inclui a preservação como pressuposto. E esta se realiza no campo ou no espaço intermédio entre duas razões: A transformação e a conservação.
Preservar é não desperdiçar. Se incorporássemos socialmente como critério que preservar é não desperdiçar, tudo seria menos complicado. Preservação cultural, ou do patrimônio cultural exige uma boa compreensão do que é a cultura humana. Cultura é o caldo abrangente que envolve as relações humanas no espaço e no tempo. É a história e o futuro reconstruindo-se. É a evolução humana inexorável, vá para onde for, como um cometa que, em sua trajetória, perde e agrega matéria e energia. Nesses termos, significa a própria civilização humana em perspectivas histórica e espacial. Assim sendo e desde uma visão antropológica, é o patrimônio das gentes, que inclui o das pessoas. É, portanto, composto por todas os tipos que alcançam força simbólica e referencial, materiais e imateriais, sejam naturais ou produzidos total ou parcialmente pela humanidade. Aí vem as questões mais práticas, operacionais – como preservar? Há dois caminhos importantes: Proteger (tombar) e conservar. Proteger é complexo. Mas conservar é que é danado de difícil. Proteger exige compromissos legais e sociais combinados. Conservar exige comprometimento de apego, tempo, recursos humanos e econômicos, vontade política dos entes públicos, meios de financiamento e gestão de conflitos com a equivalente necessidade de renovar e criar. É preciso entender que o conhecimento cultural se opõe aos sofrimentos inerentes à vida e nunca foi e jamais será ameaça e causa de sofrimento e destruição – a não ser por licença poética. A preservação cultural inclui também a memória dos sofrimentos (a Guerra de Canudos, por exemplo) justamente para lembrarmos e aprendermos com nossos erros, com maior senso e condição para as sociedades civilizadas. Mesmo em situações nas quais a tecnologia pode aparelhar a destruição (instrumentos de guerra, por exemplo), tais situações são desvios da vocação do conhecimento em amplitude cultural – o bem estar – na verdade um freio às ações destrutivas. O uso impensado, rotulador e corriqueiro de comunista à toda forma de racionalidade inteligente é um desvio de foco para ocultar a realidade simplista dos modos mafiosos e falso-religiosos. Isso nos aproxima perigosamente do caos social, da dissolução do Estado e dos meios de governança republicana. Nesse cenário, instituições como o IPHAN terão grandes dificuldades de cumprir sua missão. Esperamos uma gestão democrática e plural do IPHAN, proporcional ao dispêndio de energia da sociedade civil em suas manifestações nos últimos anos, em especial entre as entidades com vínculos ativos no tema da preservação cultural. Reconhecemos que o IPHAN é autoritário por definição legal. E quem não é se for para cuidar? Nesse sentido e para que o IPHAN volte a cumprir seu papel essencial – preservar e fazer preservar o Patrimônio Cultural – deve evoluir e favorecer a gestão distribuída nos locais onde se dão os embates, reduzir a tradicional gestão centralista. De todo modo, aos 85 anos, o IPHAN é reconhecido por sua competência e resiliência, totalmente voltada à preservação da memória cultural brasileira. Se superadas as dificuldades políticas e o processo corrosivo recente, poderemos enfrentar com mais efetividade os problemas naturais das ações de proteção e conservação. Inclusive pelo enfrentamento de vontades opostas, nem sempre na plenitude democrática e republicana. Reitere-se, os trabalhadores da cultura, fazedores, produtores, servidores públicos e agregados, em sua maioria têm sido resilientes na defesa possível do patrimônio e das estruturas institucionais. A sociedade brasileira e, em particular, sua inteligência, de muitos modos e cores é amplamente empática à preservação da memória cultural, afinal se trata de auto-preservação. Já passamos por muitos momentos críticos, tanto de debilidade de meios como de agressões de gestores e legisladores. Todos temos a percepção de que a memória cultural – ethos – é nossa consistênca e sobrevivência social. Resistiremos! José Leme Galvão Junior – Conselho Superior do IAB Pronunciamento da professora doutora Sylvia Ficher:
" Gostaria inicialmente de agradecer Yukie Watanabe, coordenadora-geral de Patrimônio Histórico do Itamaraty pelo gentil convite. Considerando a razão de ser deste nosso encontro – uma reflexão sobre o valor histórico, artístico e cultural acrisolado na arquitetura cívica da Capital Federal, eu vou me permitir começar citando uma crônica da jornalista e amiga Conceição Freitas, do dia 21 de abril passado. Tem por título, Nem-Nem. Com a palavra, Conceição: Num encontro recente com alunos de ensino médio de escolas públicas fora do Plano, perguntei se alguém sabia quem era Lucio Costa. Ninguém. Em outro, dias depois, os adolescentes não se consideravam nem candangos nem brasilienses. A capital da utopia, para eles, é uma imagem monótona e repetitiva que rola no celular ou na TV. – Candango é quem é pobre. – Brasiliense é quem é rico. – Somos nem-nem. Fecha aspas... E eles estão certos, eles são nem-nem. Esses jovens vivem uma segregação não só espacial, mas também simbólica. Para eles, este patrimônio, este local em que nos encontramos, tão valorizado em nosso meio, na nossa bolha, não diz nada. Sequer o conhecem. Se já estiveram em alguma visita aqui no Itamaraty, talvez tenham gostado mesmo é do dia de folga das aulas. Estão alijados dos códigos que permitiriam uma leitura da experiência, que permitiriam dar outros significados à experiência. Falar em educação patrimonial como tarefa pedagógica sem a contrapartida de apresentar com objetividade qual o porquê da preservação de um bem, seja material, sejam imaterial, é insistir em lições abstratas sobre valores transcendentais. Eu estou convencida que só se protege aquilo que se conhece, aquilo sobre o qual se tem referências claras, concretas. Aquilo que se é capaz de decifrar os códigos, se é capaz de reconhecer. E, ao reconhecer, fazer-se proprietário também. Para, assim, superar o desnível que há entre o entendimento que se tem da importância do patrimônio entre os aqui presentes e entre o entendimento de grande parte das pessoas. Esse descompasso é geral, diria mesmo, universal, entre padrões de gosto, entre níveis de informação, entre experiências de vida, entre valores culturais. Vou me permitir também repetir algumas considerações que fiz em evento recente no IPHAN, denominado "Palácios de Brasília: Projeto e Destino". Afinal, as preocupações são semelhantes. Em 1978, tendo recém concluído um mestrado sobre patrimônio arquitetônico e urbano, participei de uma reunião da SBPC na cidade de Santos. Exatos quarenta anos depois, em 2018 participei de outra reunião, desta vez na Fundação Cultural de Curitiba. Infelizmente, a questão era a mesma: os desafios da preservação. E a minha resposta também foi a mesma: informação, informação, informação. Mas informação direta, sem notas de pé de página e sem bibliografia. Nada explica dizer-se que o Palácio do Itamaraty é uma obra-prima de Oscar Niemeyer, uma obra-prima da arquitetura brasileira, reconhecido internacionalmente por seu alto valor artístico. São palavras vazias... Informação deve ser através de publicações de divulgação, guias despretensiosos, histórias em quadrinho, vídeos curtos como o TikTok e todo o arsenal digital disponível para quem quiser se aprofundar naquilo que lhe interessar. É preciso ter aplicativos. Eu costumava dizer que se não está na internet, não existe. Hoje eu digo: se não tem aplicativo, não existe. Tem aplicativo para tudo, até para beber água! Ou para namorar, como na música do jovem Gabriel Diniz, mais um artista morto em um desses trágicos acidentes com jatinhos, "O nome dela é Jennifer, eu conheci ela no Tinder". Daí a importância de se associar aplicativos e roteiros. Porque roteiros são imprescindíveis, com mapas simplificados, percursos e muitas ilustrações comparativas. E ficam melhor ainda se traduzidos em aplicativos. De modo a auxiliar na visita a bens de uma mesma classe, que ajudem a observar, diferenciar e, assim, reconhecer o que há em comum entre esses bens. No caso de Curitiba, roteiros sobre a arquitetura de madeira, sobre a arquitetura eclética do café, a arquitetura art-nouveau da virada do século ou sobre a arquitetura art-deco da industrialização. No caso de Brasília, um roteiro das sedes de fazendas remanescentes, de suas áreas de preservação ambiental, outro das etapas de construção da metrópole, outro ainda de sua arquitetura monumental, e assim por diante. Insisto, reconhecer é indispensável para o passo seguinte: apropriação, sentir-se proprietário do bem. Reconhecimento e apropriação, ou seja, adesão afetiva, na feliz expressão de Graça Ramos no citado evento do IPHAN. Ou, para citar mais uma música, aquela do Peninha, de grande sucesso na nossa bolha quando gravada na voz de Caetano: "Quando a gente gosta é claro que a gente cuida..." O resto todos nós já sabemos muito bem, são as tarefas rotineiras dos preservacionistas: levantamentos cadastrais, documentação, conservação de arquivos, capacitação técnica, atribuição de valores, definição de prioridade, etc., etc., etc. E portas abertas para se conhecer um bem para além daquilo que é público, para se conhecer suas entranhas e mistérios. Vale sempre o prazer de visitar o proibido!!" Fala pronunciada no Palácio do Itamaraty em Brasília, dia 17 de agosto de 2023, no evento "Palácios de portas abertas" cuja programação foi a seguinte: 10h00: Abertura Embaixador Denis Fontes de Souza Pinto. Secretário de Gestão Administrativa/MRE 10h10: Senhor Leandro Grass. Presidente do IPHAN 10h25: Professora Doutora Sylvia Ficher. Professera Emérita da FAU/UnB 10h40: Mesa Redonda Moderação: Conselheira Yukie Watanabe, Coordenadora-geral de Patrimônio Histórico/MRE 10h45: Senhor Rogerio Carvalho, Diretor Curatorial dos Palácios Presidenciais 10h55: Senhor Marcelo Sa de Sousa, Diretor do Museu da Câmara dos Deputados 11h05: Senhora Maria Cristina Silva Monteiro, Coordenadora do Museu do Senado 11h15: Senhor Estêvão Waterloo, Secretario-geral da Presidência do Supremo Tribunal Federal e Senhora Daniela Daros, Secretaria de Altos Estudos, Pesquisas e Gestão da lnformação/STF 11h25: Debate/perguntas e respostas |
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