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Celebrar os 60 anos de Brasília em tempos de quarentena

 
Imagem
Para celebrar os 60 anos de Brasília em tempos de quarentena, cito Vinícius de Moraes e sua Sinfonia da Alvorada, canção criada por ele e Tom Jobim para a inauguração da capital.


“ No princípio era o ermo
Eram antigas solidões sem mágoa.
O altiplano, o infinito descampado
No princípio era o agreste:
O céu azul, a terra vermelho-pungente
E o verde triste do cerrado.
Eram antigas solidões banhadas
De mansos rios inocentes
Por entre as matas recortadas.
Não havia ninguém. (...)”


A sinfonia melancólica de dois gênios da música brasileira poderia ser entoada hoje para uma Brasília vazia pela quarentena, mas o som triste de Tom para a música não fez história. A música se perdeu e o atual momento sócio-político-econômico conturbado e distópico pede a inquietude do rock, pede a rebeldia de ideias e a quebra de regras pré-estabelecidas. Precisamos resgatar a essência dos anos sessenta, ao menos aquela que se lê nos livros, se escuta nas músicas, se vê na arte e unir essa salada intelectual com a rebeldia do rock brasiliense dos anos oitenta.

O projeto de Lucio Costa para a capital do País existe hoje porque apresentou ideias e não detalhes. As minúcias foram expostas por palavras e não por desenhos técnicos. A poesia concreta das palavras do professor Lucio materializou uma cidade utópica e real, cheia de acertos e imperfeições. 

As críticas feitas a Brasília por pessoas que não a vivenciaram são comumente superficiais e baseadas em julgamentos preexistentes, portanto, nos concentremos no que é essencial: a realidade! Quem mora em Brasília admira sua singularidade e quem a visita não a compreende. Com razão! Norma Everson disse que “para apreciarmos Brasília devemos tomá-la em seus próprios termos”¹ e para isso é preciso conhecê-la, vivenciá-la. A propagação errônea de que “Brasília logrou como proposta criativa e falhou como proposta objetiva”² é recorrente em diversos textos sobre a cidade, mas a verdade é que esse lero-lero está superado. Sessenta anos após sua inauguração ainda há críticas à cidade e nos próximos sessenta sem dúvida ainda haverá. Resta entender quais merecem nossa atenção e quais precisam ser ignoradas. Brasília é um campo infindável de pesquisa!

Dois anos após a sua inauguração, o arquiteto britânico David Crease, disse que Brasília era uma cidade ao mesmo tempo real e irreal, que tinha algo da vida de metrópole e a simplicidade de uma cidade feita por pioneiros, pessoas simples. Brasília não mudou, continua a apresentar essa dicotomia em seus cheios e vazios, em sua escala humana e monumental, em seu ar cosmopolita e interiorano, em sua lógica temporal de cidade histórica para muitos e quadrienal para outros, em suas ruas vazias preenchidas pelas poesias do coletivo transverso, na contraposição entre o carro e o pedestre, no seu urbanismo democrático e excludente, nas suas ideias outrora inovadores e ultrapassadas. Brasília não é nada diferente do que somos, um corpo vivo cheio de contradições. 

Mantendo a dualidade como diretriz discursiva, peço licença para fazer uma referência às avessas ao capítulo: Eclipse da Matéria: arquiteturas veladas, do belo livro do arquiteto Guilherme Wisnik - que em 22 páginas discorre sobre a imaterialidade tectônica das coisas e sobre a grande transformação material e mental que o mundo passou na segunda metade do século XX. Seguindo essa lógica, Brasília é a Presença do Vazio: cidades desveladas! As contradições poéticas presentes em várias partes da cidade que podem discursar sobre incoerências existentes na nossa sociedade e cultura. Brasília é igual a qualquer cidade brasileira com suas disparidades espaciais e socioeconômicas, mas ao mesmo tempo singular e diferente de todas elas. 

¹ Everson, Norma - Two Brazilian Capitals – Architecture and Urbanis in Rio and Brasília.
² Choay, Françoise - Brasília – uma capital pré-fabricada


Daniel Mangabeira da Vinha é arquiteto e urbanista, presidente do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Distrito Federal. É sócio do escritório Bloco Arquitetos e um dos fundadores do Coletivo Ateliê Piloto. Foi Diretor de Divulgação e Cultura do IAB DF na gestão do presidente Otto Ribas.

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