O Instituto de Arquitetos do Brasil está realizando eventos online, levando para sua casa discussões sobre diversos temas relacionados à arquitetura e urbanismo.
O calendário que reúne as LIVES realizadas por todos os departamentos do instituto está disponível aqui! #ficaemasa Coordenação Comissão de Administração do Conselho Superior do IAB , gestão 2020 Execução Laís Petra Lobato Martins
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Na última terça feira, dia 26 de Novembro, às 20h, na sede do IAB/DF na L2 Sul, a chapa re.existência, presidida pela Arquiteta e Urbanista Heloísa Moura, foi eleita para assumir a gestão do IAB/DF para o triênio 2020/2022.
Confira abaixo o manifesto da chapa, as bandeiras e integrantes:: Carta-Manifesto Colega arquiteto, A chapa re.existência apresenta sua candidatura para assumir a gestão do IAB/DF no triênio 2020/2022. Somos um grupo de arquitetas e arquitetos que acredita na diversidade, na sinergia, no encontro, na cultura, na democracia, no Brasil, na Arquitetura. O Instituto de Arquitetos do Brasil é a mais longeva entidade de arquitetos do país. Em seu quase centenário de existência, o IAB acumula um sólido lastro ético e um vasto acervo de lutas históricas em favor da arquitetura, da democracia e do bem-estar social. O IAB/DF nasceu e cresceu junto com Brasília, e tem trilhado o mesmo caminho de lutas, com a mesma garra e intensidade do “irmão” mais velho, o IAB/DN, a direção nacional. A chapa re.existência, composta em sua maioria por jovens arquitetas e arquitetos, acredita que reúne as condições não apenas para dar continuidade às lutas históricas do IAB, mas também propõe novas frentes de batalhas para que o reconhecimento social da nossa profissão, e da arquitetura como expressão cultural, seja cada vez mais apropriado pelo cidadão brasileiro. Uma luta importante que se impõe neste novo milênio é a defesa da diversidade de gênero e, especialmente, da mulher como protagonista na nossa profissão, onde já são maioria em número, mas não, ainda, em influência e visibilidade. A chapa re.existência, também dará especial atenção à arquitetura social, focada na parcela da população menos favorecida, pugnando pela assistência técnica gratuita na construção e qualificação das habitações de interesse social, mas também buscando ressignificar o papel do arquiteto quanto à arquitetura social, que deve compreender um amplo escopo de atuação profissional. Nossa chapa está organizada para atuar em diversas frentes de luta, sempre com o objetivo de promover, divulgar e qualificar a arquitetura, o urbanismo, e o papel social do arquiteto. Abaixo, listamos as principais bandeiras de luta da chapa: ● Arquitetura para todas e todos ● Democratização da Arquitetura ● Arquitetura como expressão cultural ● A mulher como protagonista na profissão ● Defesa da diversidade de gênero, raça e credo ● Descentralizar e integrar a Metrópole Brasiliense ● Combate às desigualdades socioespaciais do DF ● Universalização da Assistência Técnica para a população de baixa renda ● Defesa do tombamento do Plano Piloto de Brasília ● Defesa do patrimônio cultural, histórico, arquitetônico e artístico (material e imaterial) ● Participação intensa do IAB na confecção e revisão dos instrumentos de políticas públicas ● Efetivação do Concurso Público de Projeto para obras públicas ● Fortalecer o papel social do arquiteto ● Defesa da atuação ética na profissão ● Aproximação com a academia Composição Conselho Diretor Presidente - Heloísa Melo Moura Vice-Presidente - Carolina Baima Cavalcanti Diretora Administrativo Financeiro - Jhennyfer Loyane Gama Pires Diretor Cultural e de Divulgação - William Veras Ribeiro de Souza Diretor Articulação Institucional - José Henrique Pereira de Freitas Diretor Técnico - João Augusto Pereira Júnior Diretora de Intercâmbio Acadêmico - Ludmila de Araújo Correia Coordenador da Comissão de Políticas Urbanas - Renato Schattan Coordenador da Comissão da Trienal de Arquitetura de Brasília - Guido Saboya de Aragão Conselho Superior Titulares Conselheira - Laís Petra Lobato Martins Conselheiro - Raul Wanderley Gradim Conselheiro - Luiz Otavio Alves Rodrigues Conselheiro - Luiz Eduardo Sarmento Conselheira - Luiza Rego Dias Coelho Suplentes Conselheira - Maribel Del Carmen Aliaga Fuentes Conselheira - Juliette Anna Fanny Lenoir Conselheiro - Antônio Carlos Moraes de Castro Conselheiro - Benny Schvasberg Conselheiro - Célio Mélis Jr. Conselho Fiscal Conselheiro - Octavio dos Santos Sousa Conselheiro - Thiago Teixeira de Andrade Conselheira - Cândida de Almeida Maciel Colaboradores Bruna Oliveira Silva Gabriela Cascelli Farinasso Larissa Sad Diana Bogado Stela Regina Marques Lopes Ricardo Reis Meira Juliana Alves Dullius Matías Enrique Ocaranza Pacheco Ana Carolina Moreth Guilherme Lima de Castro Felipe Miranda Rodrigues Evelyn Marques Rodrigues Para conferir todos os integrantes, acesse https://www.instagram.com/chapareexistencia/
Por uma Agenda para as cidades brasileiras Na oportunidade da passagem de um ano das manifestações de junho de 2013, iniciadas a partir dos problemas urbanos das grandes cidades do país, o Instituto de Arquitetos do Brasil - Departamento do Distrito Federal, por meio de sua Comissão de Políticas Urbanas, instalada em março deste ano, conclui seu primeiro semestre de trabalho com este documento. 1 A Cidade é a grande Agenda do século XXI, assim como o foi o ambientalismo a partir da década de 70 do século XX. O mundo, nesta segunda década do século XXI, já tem mais população urbana do que rural, fato ocorrido no Brasil em meados da década de 60 do século passado. O país conta mais de 85% de população urbana, dado revelador da ausência de políticas efetivas sobre a ocupação no território de modo articulado e planejado. Grandes eventos como a Copa do Mundo e as Olimpíadas não são a causa das mazelas no espaço urbano brasileiro, mas escancaram nossos problemas de gestão e de governança, bem como nossas deficiências estruturais, tais como a de mobilidade e, em especial, a exclusão sócio-espacial. Esses problemas levam gradativamente à resolução dos conflitos pela idéia da “justiça com as próprias mãos”, por um lado, e pelo uso da força, truculência estatal e autoritarismo, por outro. Não se conhece, na história recente, o fenômeno de êxodo urbano. Urge, portanto, reorganizar o território, descentralizando-o e articulando-o em redes de pequenas e médias cidades, evitando a polarização em poucas metrópoles. Necessitamos de cidades compactas, o que não implica densidade desmesurada. Entretanto, ao contrário do que se intui a partir da percepção do “caos urbano”, calcado na imobilidade e no privilégio ao automóvel particular, as metrópoles brasileiras de hoje são significativamente menos densas do que eram 50 anos atrás. A expansão desordenada, patrocinada pelo Estado e pela sociedade brasileira por meio de projetos e políticas urbanas desintegradas, promove a exclusão sócio-espacial ao distanciar a parcela mais pobre da população do acesso aos serviços públicos. Vidas são perdidas em horas gastas no trânsito, problemas de saúde pública são exacerbados e o custo de uma economia imóvel torna-se alto. Todo o Brasil perde com a opção pelo rodoviarismo individual. Uma ocupação territorial mais intensiva que extensiva consome menos recursos naturais e tende a tornar-se socialmente mais justa, viabilizando o direito à cidade, como preconiza o Estatuto da Cidade. 2 Os dados censitários mostram que mais do que novas casas, precisamos reconstruir a noção de cidade, qualificando e reformando imóveis precários, sobretudo aqueles abastecidos de infraestrutura. Responsabilidade com a cidade e o meio ambiente é não desperdiçar recursos. O programa Minha Casa Minha Vida, apesar de correções bem-vindas ao longo de sua ainda curta história, vem se apresentando, na prática, mais como incentivo e subsídio estatal para a economia, do que propriamente uma política habitacional. Não leva em conta a complexidade do espaço urbano e soma casas, mas não faz cidade. Pior: torna-se vítima dele mesmo ao promover o aumento excessivo do custo da terra, afetando e até desestabilizando a economia nas cidades pequenas e médias. A localização e qualidade da inserção urbana e da própria obra construída devem ser o tema central na política habitacional. Entre outras ações, é preciso levar a população, sobretudo a mais carente, a ocupar os centros abandonados das cidades, aproximando a moradia do trabalho, da oferta de serviço e das opções de lazer. 3 Os programas de subsídio fiscal à indústria automobilística e de combustíveis, em conjunto com a opção pela ocupação espraiada, vêm agravando o caos urbano ao promover a “imobilidade” nas cidades brasileiras. Para as grandes cidades, só há solução para o transporte público a partir de um planejamento que evite o movimento pendular e constitua cidades sem pólos predominantes, com fluxos difusos, integrando transporte de alta capacidade e eficiência, isto é, metrô e trem, aos de média e pequena capacidade de abrangência vicinal, como os ônibus. Não há política urbana calcada na mobilidade e no direito à cidade que não gere conflitos e seja, em um primeiro momento, impopular, assim como não há política de transporte público que não dificulte e imponha restrições ao automóvel individual 4 Planejamento Urbano e Territorial não se faz obedecendo aos tempos e interesses eleitorais. Necessitamos de um profundo e novo pacto social, a partir da constituição real do poder comunitário, que considere a universalização e a qualificação do que é público. Para tanto, o IAB-DF, por meio de sua Comissão de Políticas Urbanas, reivindica a criação de Institutos de Planejamento Urbano, como autarquias independentes, multidisciplinares, com atribuição para formulação de políticas urbanas e habitacionais, mas também com o poder de programar e projetar as cidades brasileiras. A Comissão de Políticas Urbanas do IAB-DF. |
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