Como parte das celebrações dos dez anos, o portal concursosdeprojeto.org lança o livro Paulo Mendes da Rocha: sobre concursos e memórias…
O lançamento acontecerá na sede do IAB.DF no dia 26 de Outubro. O livro é de "entrevistas e croquis, em que o tema dos “concursos” é o mote pra depoimentos sobre a arquitetura, as cidades, a vida, a política, enfim… sobre as memórias do arquiteto que em 2018 celebra 90 anos de idade e mais de 60 anos de premiada carreira, em que os concursos de arquitetura têm papel determinante. Além da entrevista e croquis de Paulo Mendes da Rocha, referentes a projetos participantes em concursos, o livro conta com texto inédito da arquiteta e pesquisadora Maria Helena Flynn, autora da Tese de Doutorado “Concursos de Arquitetura no Brasil: 1850-2000” (FAU/USP, 2001)." ficha técnica Paulo Mendes da Rocha: sobre concursos e memórias… Entrevista. organizadores: Fabiano José Arcadio Sobreira, Maria Helena Flynn e Paulo Victor Borges Ribeiro iniciativa: concursosdeprojeto.org editora: MGSR (mgsr.arq.br) primeira edição, setembro de 2018 edição em português, 18 x 18 x 1 cm, ilustrado, pb, 110 p. ISBN 978-85-54079-00-0 custo: R$ 50,00 + frete interessados em adquirir o livro devem enviar e-mail para: [email protected]
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O Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB), frente ao atual cenário brasileiro de intolerância e apologia à violência, reitera seu compromisso na defesa da democracia e os direitos humanos.
Desde a sua fundação, em 1921, o IAB é ativismo! O IAB defende de forma incondicional o Ministério da Cultura e o Ministério das Cidades, frente às propostas de extinção apresentadas nas eleições em curso. O IAB diz não à misoginia, ao machismo, à homofobia e ao racismo, porque há 97 anos o IAB é diversidade e pluralismo. O IAB se coloca pela ética e contra a corrupção. Viva a democracia brasileira! A II Jornada de Assistência Técnica em Habitação de Interesse Social - JATHIS, será realizada entre os dias 29 de outubro a 01 de novembro de 2018 no Instituto Federal Brasília, Campus Samambaia.
SOBRE O EVENTO: A JATHIS está em sua segunda edição. Tem como objetivo oferecer oportunidade de aprendizado aos alunos das Instituições de Ensino Superior do Distrito Federal para a Assistência Técnica à Habitação de Interesse Social, no atendimento a famílias em real situação de vulnerabilidade social. Nesta edição haverá um avanço em relação à experiência vivida na I JATHIS, em 2017: as propostas de melhorias para as residências serão encaminhadas para execução das respectivas obras, por meio da Companhia de Desenvolvimento Habitacional do Distrito Federal - CODHAB/DF. A vivência de uma situação real com o contato com as famílias, a investigação de suas necessidades e expectativas, o levantamento físico da edificação existente, a elaboração do estudo preliminar de arquitetura e planilhas orçamentárias, serão atividades desenvolvidas durante os dias do evento. Estão sendo selecionados arquitetos por meio do CAU/DF para elaboração do projeto executivo após o evento e posterior encaminhamento para contratação da obra. Os alunos que participarem das oficinas de trabalho durante a II JATHIS serão convidados a estarem na elaboração do projeto executivo. O evento é gratuito. INSCRIÇÕES PARA OFICINAS E PALESTRAS: As oficinas são exclusivas para alunos dos cursos de Arquitetura e Urbanismo, Engenharia Civil ou Técnico de Edificações. Alunos de outros cursos poderão se inscrever nas Palestras. Requisitos obrigatórios para participação nas Oficinas: • ser aluno regularmente matriculado em uma das instituições de ensino participantes do evento; • participação em capacitação prévia (em data a ser divulgada); • participação integral nas atividades do evento (dias 29, 30 e 31 de outubro e 01 de novembro, das 13h30 às 21h30); • disponibilidade de câmera fotográfica própria (pode ser de celular); e, • participação em processo seletivo próprio de cada Instituição de Ensino Superior - IES participante da II JATHIS. Os critérios gerais para classificação e seleção dos alunos são: • estejam cursando entre o 4º e 8º período/semestre; • tenham cursado componentes curriculares com conteúdo de representação gráfica bi e tridimensional, sociologia urbana, projeto de edificação unifamiliar, planejamento regional urbano, instalações e equipamentos, sistemas estruturais em concreto armado e madeira, bem como patologias da construção; • dispor, se possível, de notebook (com extensão para tomada). Critérios específicos de classificação e seleção são definidos e informados por cada instituição de ensino. Link para pré-inscrição para oficinas e palestras: https://goo.gl/forms/ZMv51aI6A0rFGBct2 INSCRIÇÕES PARA VOLUNTÁRIOS: Os alunos que desejarem contribuir com a equipe organizadora como voluntários, trabalhando antes e/ou durante o evento, terão oportunidade de conhecer o processo de organização da JATHIS. Por essa participação receberão certificado correspondente às horas trabalhadas na organização prévia, além das horas dedicadas durante o evento. Dias e horários em que o aluno estiver assistindo às palestras ou participando das oficinas não serão contabilizados. Link para inscrição de voluntários: https://goo.gl/forms/cf0WOUDql6xY5Lmm1 PRAZO PARA INSCRIÇÕES: As inscrições estarão abertas no período de 12 a 19 de outubro de 2018. COMO CHEGAR AO EVENTO: Local: IFB Samambaia - Instituto Federal Brasília, Campus Samambaia Rodovia DF-460 - Subcentro Leste, Complexo Boca da Mata, Lote 01, Samambaia O transporte até o IFB será de responsabilidade dos alunos. Há uma estação de Metrô a cerca de 10 minutos a pé do local. Haverá transporte dos alunos entre o IFB e o Sol Nascente, onde residem as famílias a serem atendidas. PARA MAIS INFORMAÇÕES: http://www.jathis.org.br No dia 02/10/2018, o IAB/DF, mantendo sua tradição histórica de fomentar o debate público sobre a agenda urbana do Distrito Federal - neste momento oportunizado pelo período eleitoral - promoveu uma rodada de conversas com diversas candidaturas concorrentes ao legislativo local, à câmara federal e ao senado, contando ainda com representante de uma candidatura ao governo do DF. Foi apresentada a “Carta-aberta à sociedade de Brasília: por uma Política Urbana democrática, redistributiva e inclusiva”, documento elaborado pela Comissão de Políticas Urbanas do IAB/DF que, a partir do manifesto “Nossas Cidades Pedem Socorro!” (de autoria da Direção Nacional do IAB em parceria com o CAU/BR), apresentou princípios, diretrizes e propostas sobre temas estruturantes à elaboração das políticas públicas voltadas ao planejamento, gestão e construção do território de nossa cidade-estado-metrópole. Contamos também com a divulgação do documento “Agenda Popular do Território” elaborado a partir de uma articulação de grupos e pessoas interessadas na construção coletiva de propostas para as políticas públicas para as cidades do DF. Somando esforços, tivemos a presença importante da coordenação do Núcleo do DF do movimento BrCidades, representado pela Profª Liza Andrade, mas que também era representado pela grande maioria de participantes do evento. Mantendo a postura democrática e republicana que norteia sua ações, o IAB/DF fez o convite formal a todas as candidaturas, mediante email enviado a todas as coligações de partidos políticos e, em resposta, fomos honrados com a presença de pessoas comprometidas com o debate franco e com as causas urbano-metropolitanas. Após a leitura introdutória da carta, foi aberta a palavra às manifestações dos presentes, cujas falas serão resumidas abaixo, de acordo com a ordem em que ocorreram: OBS: o extrato que segue foi validado por cada um(a) que o pronunciou. A) Arlete Sampaio, deputada distrital, 13131 (PT) - Destacou a importância do próximo ano para a pauta urbana, com o debate da LUOS, do PPCUB e a revisão do PDOT na Câmara e entregou artigo sobre o tema, destacando duas legislações fundamentais: a Lei 3977, que regulamenta o reconhecimento do patrimônio imaterial no DF e a Lei 5080, que define a data de 17/08 como o dia do patrimônio e estabelece para o inicio de dezembro a realização das “Jornadas do Patrimônio”, importante ação de educação patrimonial. - Ressaltou a importância do patrimônio cultural como vetor de desenvolvimento da cidade e afirmou o seu compromisso com a pauta urbana e disse que manterá a porta aberta para o diálogo, utilizando a Carta como documento de referência para o mandato. B) Max Maciel, deputado distrital, 50100 (PSOL) - Manifestou acordo com o conteúdo da carta e da agenda popular e reivindicou mais ações voltadas à Área Metropolitana de Brasília, afirmando que se deve construir cidades para pessoas. - Destacou o debate elitista que ocorre no âmbito da discussão do PPCUB, que impede a população pobre de morar no centro. - Sobre a questão do espaço público, afirmou que o debate sobre a cultura deve ir muito além da lei do silêncio; - Sobre a mobilidade urbana, destacou pontos como a necessidade de discutir a tarefa zero, a criação do conselho social do transporte e do funcionamento 24hs do transporte público. - Sobre a revisão do PDOT, defendeu a preservação do corredor ecológico e ambiental norte da especulação imobiliária. C) André Lima, deputado distrital 18918 (Rede Sustentabilidade) - Alertou sobre seu foco nas áreas rurais e na sua dificuldade de dialogar com o desenvolvimento urbano, mas destacou a importância de que as peças de planejamento urbano dialoguem com o ZEE, que não pode se transformar em uma peça fictícia de planejamento. - Sobre a questão da água, destacou a importância de se adotar instrumentos inovadores para preservar o lençol freático, os mananciais e as áreas rurais em que os consumidores de água que consomem acima de um padrão médio aceitável custeiem na tarifa a recuperação e manutenção de áreas rurais e urbanas verdes de proteção de mananciais e produção de água. - Sobre a questão da grilagem, entende que se trata de um dos maiores desafios de Brasília. Que não pode ser tratado dentro de um sistema “invasores x estado” e defende um modelo de regularização fundiária de interesse socioambiental. Temos que separar quem precisa de habitação popular dos grileiros. Não podemos tratar como uma única categoria. - Sobre habitação, defende um novo modelo de moradia popular, utilizando técnicas de permacultura e de sustentabilidade com reuso de água, captação e armazenamento de água de chuva, energia solar e fotovoltaica, tecnologias sociais de saneamento local como tanques de evapotranspiração e hortas urbanas comunitárias; - Sobre mobilidade, defende estratégias criativas para reduzir a necessidade de deslocamento e de transporte, dando como exemplo o teletrabalho (hoje-fofice) e o escalonamento dos horários de trabalho nos órgãos públicos entre as 7 e as 10h para reduzir o estresse sobre a infraestrutura viária e de transporte coletivo nos horários de pico . - Sobre parques, destacou a necessidade de compartilhar a responsabilidade pública com todos os órgãos de governo. Levar cultura, saúde, feiras orgânicas, educação, políticas para idosos e crianças para garantir otimização na utilização dos espaços públicos (que corresponde a 15% do território do DF), visando combater o transtorno de “déficit de natureza” que afeta a todos sobretudo as crianças que sobrem de obesidade, ansiedade e depressão. D) Mandato coletivo, deputado distrital, 50555 (PSOL) - Defendeu cidades para pessoas e a implantação de uma grande transição socioambiental da cidade, do campo e do cerrado; - Apresentou a necessidade de combater a exploração de pessoas, as opressões baseadas em gênero, raça, orientação sexual ou local de origem e a destruição do planeta, cujos males atingem sempre com mais violência a população mais pobre. - Fez a defesa de uma “sociedade do bem-viver” conquistada através da democracia direta, enfrentando pautas difíceis como zerar o déficit habitacional e a tarifa zero para transporte público e uma cidade onde o povo mande e o governo obedeça. E) Helen Frida, deputada distrital, 13180 (PT) - Trouxe a experiência da Casa Frida como referência de mandato popular, construído sobre 3 pilares: cuidado e autocuidado; mobilização e articulação social; produção e difusão da arte e cultura feminista - 5 marcas de campanha: saúde integrativa; mulheres; periferia e direito à cidade; juventude; cultura - Afirmou que a agenda popular do território traduziu o que a Casa Frida já fala em linguagem de governo, e defendeu um compromisso com a agenda para além das eleições, estabelecendo fóruns com as demais candidaturas para articular ações e alterar o modelo de estado e de política, afirmando que um deputado precisa ter rede colaborativa para construir um mandato para a população. - Destacou que Brasília não é o único centro político e que existe política em cada periferia e micropolítica em cada território. - Propôs acabar com a AGEFIS, pois entende que a agência nasceu para ser truculenta - Acredita que é possível fazer do DF o Estado do Bem Viver. F) Danilo Matoso, senador, 290 (PCO) - Afirmou que já vivemos sob um golpe de estado desde o afastamento da presidenta Dilma e que isso significa uma ofensiva brutal contra a classe trabalhadora, passando pela criminalização dos partidos de esquerda, dos sindicatos e dos movimentos sociais. - Entende que há uma intervenção militar sendo preparada e que, nesse contexto, não é possível discutir programas de governo, mas que existe nesse movimento um lado positivo, que é a mobilização de grupos para constituir uma resistência contra o golpe de Estado. G) Raphael Sebba, deputado distrital, 50061 (PSOL) - Dedicou os últimos anos à militância do Direito à Cidade, especialmente na transformação do Setor Comercial Sul através de ações culturais e de movimentação noturna, com defesa da população mais marginalizada (prostitutas, população em situação de rua) - Ressignificação do território em favor de todas e todos - Propõe a resolução de conflitos urbanos relacionados ao direito à cidade através de um trabalho de mediação, diálogo e desenvolvimento de soluções pela sociedade civil, de forma diferente da ação truculenta do Estado. - Ressaltou a importância de ressignificar a própria vida em do direito à cidade. - Defende uma auditoria do Sistema de Mobilidade, buscando viabilizar transporte 24 horas, acessível e democrático pra todo o DF H) Keka Bagno, co-governadora, 50 (PSOL) - Afirmou que a carta traz muitas propostas do programa de governo do PSOL e afirmou a intenção de construir um governo socialista e feminista, enfrentando as barreiras invisíveis da segregação. - Enumerou os pontos do programa de governo: direito à habitação e à mobilidade (superação da segregação intencional), direitos humanos e valorização da cultura e vida das RAs: os periféricos devem ocupar o que se convenciona chamar de centro. - Ressaltou a importância de se utilizar o conteúdo da carta para atuação dos movimentos sociais. I) Talita Vitor, deputada federal, 5044 (PSOL) - Afirmou que falar de Brasília é falar de segregação e quem mais sofre com essa segregação são as mulheres. - Falou da proposta “Meu bairro, minha vida”: mais mutirão, menos Odebrecht e também sobre tornar a assistência técnica uma política de estado. - Fez um apelo para ampliação da bancada do PSOL, visto que estando tudo sobre ameaça é necessário ampliar a resistência, garantindo a sobrevivência do partido, e o fortalecimento da democracia. J) Rogério da Veiga, deputado federal, 5061 (PSOL) - Afirmou que entende a cidade como motor do desenvolvimento econômico e que a pauta econômica deve incluir a cidade como mote. - Destacou a importância da continuidade dos investimentos do PAC e propôs um novo olhar sobre os imóveis funcionais da União, dando um novo uso para os mesmos. K) Cassio Eduardo, deputado distrital, 50445 (PSOL) - Afirmou que as cartas contêm um programa completo e baseou a fala em dois pontos principais: 1. Transporte público: defendeu que não se pode ter medo de pautar a tarifa zero e que existe uma enorme necessidade de transparência. Propôs a utilização de um aplicativo de celular contendo informações, como horários, rotas e tarifas. Sobre tarifas, afirmou que os reajustes extorsivos ocorrem sem nenhum debate com a sociedade e que isso precisa mudar. 2. Zoneamento sócio-cultural: afirmou que é uma saída para a revisão da lei do silêncio. - Destacou que o debate vai além das eleições, para o enfrentamento dos retrocessos que virão. Entendendo a importância daquele momento de exposição de ideias e debate de visões de mundo, temos os compromissos firmados pelas candidaturas presentes de que os documentos apresentados servirão de esteio à sua atuação não apenas nos cargos que possam vir a exercer, mas de que se trata também de importante base conceitual para pautar a luta cotidiana que todos nós estamos empenhados em travar. O Instituto de Arquitetos do Brasil – Departamento do Distrito Federal (IAB/DF) agradece profundamente a presença e contribuição. Além dos candidatos presentes no evento, também assinaram posteriormente as Cartas:
A todas as pessoas que não estiveram em nossa conversa e, ainda assim, quiserem subscrever seu conteúdo, clique para acesso e assinatura à “Carta à Sociedade de Brasília...” e para a “Agenda Popular do Território”. Mais uma vez, papel cumprido! Comissão de Políticas Urbanas, Instituto de Arquitetos do Brasil, Departamento do Distrito Federal (CPU - IAB/DF) Fotos de Luan Henrique
O IAB/DF, cumprindo seu papel histórico de atuação no debate político e como instituição comprometida com a sociedade e com a cidade, reafirma seu compromisso com a defesa intransigente do direito à cidade. Essa defesa não pode, jamais, prescindir da compreensão de que a cidade, além de palco de conflitos permanentes, é um espaço que pertence a toda sociedade e é construído coletivamente a cada dia. Nesse sentido, consideramos essencial a luta pela inclusão de milhares de cidadãos que, por suas condições econômicas e sociais, se encontram alijados de direitos fundamentais relacionados ao usufruto de tudo o que a cidade oferece. O combate às desigualdades sociais materializadas no acesso desigual aos serviços públicos, à infraestrutura urbana, ao meio ambiente, ao patrimônio cultural e às possibilidades de trabalho é o ponto central de nossa pauta e de nossa atuação, que se torna especialmente necessária frente às claras tendências de retrocesso em conquistas políticas e sociais arduamente construídas. Enquanto capital moderna e patrimônio da humanidade, Brasília guarda especificidades em seu processo de urbanização, além de enfrentar dilemas e desafios comuns a outras grandes cidades brasileiras e latino-americanas. Seu acelerado processo de ocupação implicou, desde sua gênese, em uma organização espacialmente espraiada, mas com alto grau de concentração de serviços e empregos. Se por um lado, essa forma de organização espacial impõe pesados ônus ao deslocamento da população, por outro lado, apresenta oportunidades importantes de articulação com a paisagem natural e rural e de oferta de qualidade de vida singulares. No entanto, essas oportunidades somente se realizarão na medida em que se imprimam esforços para a contínua descentralização de oportunidades de emprego e renda, e a distribuição equitativa dos serviços de educação, saúde, segurança pública, cultura e lazer, cujo arranjo permanece profundamente desigual, tanto em oferta quanto em qualidade de serviços. Paralelamente, a melhoria dos serviços de transporte e da mobilidade urbana se colocam como imperativos para o aumento da acessibilidade e da integração do vasto território urbanizado do DF. Os desafios da descentralização e da democratização do acesso à cidade, em seu sentido mais amplo, permanecem como questões centrais para a política urbana de Brasília. Para além dos limites territoriais do Distrito Federal, Brasília cumpriu seu papel de dinamização econômica, social, cultural e urbana do interior do país, contribuindo para a ampliação e consolidação de uma forte rede urbana e econômica, uma demanda histórica do debate político brasileiro. Hoje, Brasília é o centro de uma importante área metropolitana: a Região Integrada de Desenvolvimento do Distrito Federal (RIDE-DF), polarizando 33 municípios. Desses, pelo menos 12 se relacionam com o DF por dinâmicas cotidianas relacionadas à oferta de emprego, saúde e educação, dando à Brasília uma inserção metropolitana que não pode deixar de ser reconhecida no âmbito de uma política urbana democrática. Em seu papel de instituição crítica e independente, cabe ao IAB se posicionar ao lado das demandas sociais por uma cidade mais justa e inclusiva, utilizando o prestígio dessa instituição centenária para pressionar o Estado, a sociedade e a comunidade política no sentido do reconhecimento de direitos e da promoção de justiça social e espacial, sem, no entanto, deixar de reconhecer os eventuais avanços alcançados pelos mais diversos governos na realização dessa agenda de direitos, quando de fato existirem. Imbuídos desse espírito, apresentamos esta carta-síntese para uma Política Urbana democrática, redistributiva e inclusiva, desenvolvida coletivamente, no âmbito da Comissão de Políticas Urbanas do IAB/DF, a partir de reuniões ocorridas ao longo de 2018, quando foram propostas e debatidas as questões aqui elencadas. Este documento recepciona e particulariza os princípios do “Manifesto dos Arquitetos e Urbanistas do Brasil em Defesa do Planejamento Urbano Solidário e Inclusivo: Nossas Cidades Pedem Socorro!”, elaborado pelo IAB-Direção Nacional em parceira com o CAU/-BR como resultado do Seminário Nacional de Política Urbana: por cidades humanas, justas e sustentáveis, ocorrido em julho de 2018, em São Paulo. Cabe também ressaltar que, dando continuidade ao processo histórico da atuação do IAB/DF, este documento é mais um desdobramento da Carta elaborada pela Comissão de Políticas Urbanas do IAB/DF em 2014, resgatando e reforçando os princípios então elencados, em esforço contínuo para o aprofundamento do debate da agenda urbana no DF. As propostas se organizam em seis grandes eixos: 1) Políticas territoriais e metropolização; 2) Acesso à moradia; 3) Mobilidade urbana, uso do solo e espaço público; 4) Meio ambiente, urbanização e paisagem; 5) Gestão democrática do território e participação social e 6) Patrimônio cultural. EIXO 01 . POLÍTICAS TERRITORIAIS E METROPOLIZAÇÃO A cidade é uma só: combate à segregação territorial
- Incluir a dimensão metropolitana na Revisão do PDOT; - redefinir planos setoriais (transporte, habitação) a partir da lógica territorial integrada e intersetorial; - criar escala intermediária de projetos urbanos lógica territorial no âmbito de unidades de planejamento.
EIXO 02 . ACESSO À MORADIA Acesso à moradia digna e adequada
- oferta habitacional em áreas dotadas de infraestrutura urbana e com acessibilidade ao transporte público;
- melhoria habitacional de unidades unifamiliares: pública, privada ou por autoconstrução assistida; e - reforma e requalificação de edificações (mudança de uso), retrofit.
EIXO 03 . MOBILIDADE URBANA, USO DO SOLO E ESPAÇO PÚBLICO Mobilidade para as pessoas e não para veículos
- Renovação completa da frota de ônibus; - Diversificação das linhas de ônibus, incluindo transporte de vizinhança e melhorando a oferta de linhas entre RAs; e
EIXO 04 . MEIO AMBIENTE, URBANIZAÇÃO E PAISAGEM Planejar a cidade a partir da compreensão ecológica da paisagem
EIXO 05 . GESTÃO DEMOCRÁTICA DO TERRITÓRIO E PARTICIPAÇÃO SOCIAL Gestão democrática do território com ampla participação social
EIXO 06 . PATRIMÔNIO CULTURAL Direito à memória: superar conflitos para preservar
Sendo o patrimônio uma representação de identidades, ele enseja discussões múltiplas que implicam o debate na esfera política, muitas vezes implicando campos de disputa e confrontos. No caso particular do Distrito Federal estas disputas são claras e se expressam na realidade do território – opondo Plano Piloto e suas regiões Administrativas, as Cidades Satélites. Embora o conceito de patrimônio cultural tenha caminhado positivamente no sentido de se tornar mais democrático e inclusivo, as políticas de proteção ainda contam muito pouco com a participação da população em geral. Além dessa posição conceitual e política, um plano de preservação para Brasília deve resultar de pactuação/acordo entre todas as instituições responsáveis por preservar e fazer preservar os bens culturais, além de contar com as contribuições e interações com a sociedade civil. Sem estes arranjos nas várias esferas da administração esse plano corre o risco de não ser realizado.
- transporte público; - segurança; - redes de água, esgoto, força e luz, coleta de lixo, águas pluviais; - programação visual, endereçamento e comunicação, dentre outros. 3. Plano de Preservação e projetos urbanos de requalificação
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Outubro 2024
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