A história do IAB-DF
Simone Cavalcante
A criação do Instituto dos Arquitetos do Brasil, departamento do Distrito Federal (IAB-DF) antecedeu a inauguração de Brasília, em 21 de abril de 1960. A participação efetiva do IAB na promoção do concurso para a construção da nova capital contribuiu para que os arquitetos da equipe liderada por Oscar Niemeyer, reunida no Departamento de Urbanismo e Arquitetura da Novacap (DUA), empresa pública inaugurada para construir a nova capital, criassem do IAB-DF.
Numa reunião na casa do arquiteto Wilson Reis Neto, no dia 20 de março de 1960, nasceu o IAB-DF. O registro em cartório só foi sacramentado em 28 de novembro do mesmo ano. A formação da primeira diretoria reuniu Mário Baraj, 1º secretário, Carlos Magalhães, 2º secretário, José Maria de Araújo Souza (1º tesoureiro) e Gladson Rocha Pimentel, 2º tesoureiro, que faleceu recentemente, no início do mês de agosto de 2007.
Ao longo desses anos, o IAB-DF assumiu o compromisso de contribuir para o desenvolvimento e preservação da capital, sempre com a preocupação voltada para a formação e exercício da profissão do arquiteto, uma das premissas de todos os departamentos do instituto no País.
Em Brasília, desde a sua criação, o IAB-DF participou da construção e consolidação da nova capital. Seu quadro de associados era formado por arquitetos que vieram construir e participar da obra monumental que se erguia no Centro-Oeste brasileiro trazendo desenvolvimento para o interior do País.
No início, o Instituto não tinha sede própria. Tudo era provisório. Até a moradia dos arquitetos que contribuíram para a criação do novo Departamento do IAB. E as reuniões iam acontecendo, nas casas do presidente, em sala cedida no Teatro Nacional ainda inacabado, e no Departamento de Arquitetura e Urbanismo da recém criada Universidade de Brasília. Tudo era novidade. Com muito entusiasmo ainda que com estrutura física precária, o IAB-DF reuniu importantes arquitetos que formaram muitas gerações. Até 1973, todos os presidentes foram professores da Universidade de Brasília.
Sob os anos da ditadura, o IAB-DF prosseguiu suas atividades em sua sede provisória no Teatro Nacional, organizando palestras e cursos, com a participação de arquitetos renomados como Edgar Graeff, que hoje dá nome a um prêmio criado pelo IAB-DF para reconhecer talentos entre os recém-formados em arquitetura em nas faculdades do Distrito Federal.
No início da década de 70, com grande repercussão, o IAB-DF lançou a Carta Aberta em Defesa de Brasília e enfrentou o então administrador da nova capital, coronel Hélio Prates da Silveira, que chegou ao governo declarando que iria alterar o plano urbanístico do Distrito Federal.
Após o lançamento da carta aberta, chegou a hora do IAB-DF deixar de ocupar uma sala do Teatro Nacional e mudar-se para outra alugada no Setor Comercial Sul.
Na década de 80, pode-se destacar a participação do IAB-DF na aprovação da autonomia do Distrito Federal, recomendada na Comissão de Sistematização da Assembléia Nacional Constituinte Constituição de 1987 e em vigor desde a promulgação da Constituição de 1988. Em 1987, sob o governo de José Aparecido de Oliveira, Brasília recebeu o título de Patrimônio Cultural da Humanidade, sendo a primeira capital jovem e moderna a obter tal reconhecimento.
O arquiteto Antonio Carlos Moraes de Castro, presidente do IAB-DF nas gestões 1982/83 e 1992/93 lembra que os dois períodos foram marcados pela consolidação da democracia, com a participação de arquitetos e estudantes na vida do instituto e, principalmente do IAB-DF na vida pública da capital.
Em sua história o IAB sempre trabalhou para a valorização da arquitetura como expressão cultural da nação e defendeu a realização de concurso público para escolha de projetos de edificações e obras urbanísticas. Desde a sua criação, o departamento do Distrito Federal segue os mesmos princípios e reconhece que o concurso público é um negócio que todos os empreendedores deveriam adotar para escolher e construir os projetos de construção de suas sedes, fábricas, escritórios de grande porte.
Durante a década de 90, na gestão do arquiteto José Roberto Bassul, o IAB-DF lançou a campanha “Arquitetura de Edifício Público tem que ter concurso Público” e logo o governo local lançava o concurso para o Parque Ecológico Norte, seguido de outro para a construção do novo prédio da Câmara Legislativa.
Durante todo esse período, o IAB-DF sempre se posicionou contrário à ocupação irregular no DF e combateu a proliferação de loteamentos irregulares, que se transformaram em condomínios irregulares, ameaçando a qualidade de vida do DF e, principalmente o abastecimento de água e a preservação do Cerrado.
Em meados de 1996, na gestão do arquiteto Sérgio Parada, o IAB-DF iniciou o resgate da memória dos arquitetos brasilienses e hoje mantém um acervo gravado em vídeo com depoimentos históricos do instituto e da formação da própria capital. No ano seguinte criou-se o Salão Brasiliense de Arquitetura, transformado, posteriormente em Bienal de Arquitetura de Brasília.
A integração do IAB-DF com as seis faculdades de Arquitetura instaladas em Brasília e, principalmente com a Universidade de Brasília, bem como a participação em conselhos do Governo do Distrito Federal constituem-se em algumas das atuações do departamento na capital.
Criado na atual gestão pelo IAB-DF em parceria com o Instituto Atenas de Pesquisa e Desenvolvimento – Brasil, o lançamento do projeto A Nova Arquitetura de Brasília destaca-se entre as iniciativas mais recentes do instituto. O objetivo é mapear a produção mais recente de Arquitetura na capital brasileira. O projeto promoverá exposições, conferências e permitirá um amplo debate sobre os rumos da arquitetura e urbanismo na Capital Federal.
Concursos do IAB-DF
Desde o início de sua criação aqui em Brasília, há 47 anos, o IAB-DF firmou posição em defesa da realização de concursos. Entre os mais recentes dos quais teve participação efetiva na organização, destacam-se:
· Concurso Público de Estudos Preliminares de Arquitetura para a Terceira Ponte do Lago Sul, em Brasília – 1999
· Concurso Público de Anteprojetos de Arquitetura para um Edifícil Patrimonial do Confea – 1999
· Concurso Público Nacional Soluções para Urbanização e Habitação de Baixo Custo no Brasil – Prêmio Caixa-DF – 2001
· Concurso Público Nacional de idéias e de Estudos Preliminares de Arquitetura e Urbanismo para Revitalização das Avenidas W3 Sul e Norte – 2002
· Concurso Público Parque das Aves – Metrô-DF – 2005
· Concurso Público Nacional de Estudo Preliminar de Arquitetura para a Sede da Capes em Brasília-DF – 2006/2007
Presidentes do IAB-DF
1960/61 – Wilson Reis Netto
1961/62 - Wilson Reis Netto
1962/63 - Heitor Annes Dias Vignoli
1964/65 – Sabino Barroso
1965/66 - Ítalo Campofiorito
1966/67 – Heitor Annes Dias Vignoli
1967 - Geraldo Sá Nogueira Batista
1968/69 – Fernando Lopes Burmeister
1970/71 – Elvin Donald Mackay Dubugras
1972 - Fernando Burmeister
1972/73 – Luiz Henrique Gomes Pessina
1974/75 – Amílcar Coelho Chaves
1976/77 – Paulo Brasil Pimentel de Matos
1978 – Elder Rocha Lima
1978/79 – Marco Antonio Faria Galvão
1980/81 – Marco Antonio Faria Galvão
1982/83 – Antonio Carlos Moraes de Castro
1984/85 – José Carlos Córdova Coutinho
1986/87 – Aleixo Anderson Furtado
1990/91 – José Roberto Bassul
1992/93 – Antonio Carlos M de Castro
1994/95 – Helena Zanella
1996/97 – Sérgio Roberto Parada
1998/99 – Haroldo Pinheiro de Queiroz
2000/01 – Gilson Paranhos
2002/03 – Sergio Brandão
2004/05 – Otto Ribas
2006 – Luis Antonio Almeida Reis
2006/07 – Luiz Otávio Rodrigues
2008/09 - Igor Soares Campos
2010/13 – Paulo Henrique Paranhos
2014 – Thiago Teixeira de Andrade
2015/16 - Matheus Secco
2017/19 - Célio Mélis Jr
2020/22 – Heloísa Melo Moura
2023/25 – Luiz Eduardo Sarmento
Simone Cavalcante
A criação do Instituto dos Arquitetos do Brasil, departamento do Distrito Federal (IAB-DF) antecedeu a inauguração de Brasília, em 21 de abril de 1960. A participação efetiva do IAB na promoção do concurso para a construção da nova capital contribuiu para que os arquitetos da equipe liderada por Oscar Niemeyer, reunida no Departamento de Urbanismo e Arquitetura da Novacap (DUA), empresa pública inaugurada para construir a nova capital, criassem do IAB-DF.
Numa reunião na casa do arquiteto Wilson Reis Neto, no dia 20 de março de 1960, nasceu o IAB-DF. O registro em cartório só foi sacramentado em 28 de novembro do mesmo ano. A formação da primeira diretoria reuniu Mário Baraj, 1º secretário, Carlos Magalhães, 2º secretário, José Maria de Araújo Souza (1º tesoureiro) e Gladson Rocha Pimentel, 2º tesoureiro, que faleceu recentemente, no início do mês de agosto de 2007.
Ao longo desses anos, o IAB-DF assumiu o compromisso de contribuir para o desenvolvimento e preservação da capital, sempre com a preocupação voltada para a formação e exercício da profissão do arquiteto, uma das premissas de todos os departamentos do instituto no País.
Em Brasília, desde a sua criação, o IAB-DF participou da construção e consolidação da nova capital. Seu quadro de associados era formado por arquitetos que vieram construir e participar da obra monumental que se erguia no Centro-Oeste brasileiro trazendo desenvolvimento para o interior do País.
No início, o Instituto não tinha sede própria. Tudo era provisório. Até a moradia dos arquitetos que contribuíram para a criação do novo Departamento do IAB. E as reuniões iam acontecendo, nas casas do presidente, em sala cedida no Teatro Nacional ainda inacabado, e no Departamento de Arquitetura e Urbanismo da recém criada Universidade de Brasília. Tudo era novidade. Com muito entusiasmo ainda que com estrutura física precária, o IAB-DF reuniu importantes arquitetos que formaram muitas gerações. Até 1973, todos os presidentes foram professores da Universidade de Brasília.
Sob os anos da ditadura, o IAB-DF prosseguiu suas atividades em sua sede provisória no Teatro Nacional, organizando palestras e cursos, com a participação de arquitetos renomados como Edgar Graeff, que hoje dá nome a um prêmio criado pelo IAB-DF para reconhecer talentos entre os recém-formados em arquitetura em nas faculdades do Distrito Federal.
No início da década de 70, com grande repercussão, o IAB-DF lançou a Carta Aberta em Defesa de Brasília e enfrentou o então administrador da nova capital, coronel Hélio Prates da Silveira, que chegou ao governo declarando que iria alterar o plano urbanístico do Distrito Federal.
Após o lançamento da carta aberta, chegou a hora do IAB-DF deixar de ocupar uma sala do Teatro Nacional e mudar-se para outra alugada no Setor Comercial Sul.
Na década de 80, pode-se destacar a participação do IAB-DF na aprovação da autonomia do Distrito Federal, recomendada na Comissão de Sistematização da Assembléia Nacional Constituinte Constituição de 1987 e em vigor desde a promulgação da Constituição de 1988. Em 1987, sob o governo de José Aparecido de Oliveira, Brasília recebeu o título de Patrimônio Cultural da Humanidade, sendo a primeira capital jovem e moderna a obter tal reconhecimento.
O arquiteto Antonio Carlos Moraes de Castro, presidente do IAB-DF nas gestões 1982/83 e 1992/93 lembra que os dois períodos foram marcados pela consolidação da democracia, com a participação de arquitetos e estudantes na vida do instituto e, principalmente do IAB-DF na vida pública da capital.
Em sua história o IAB sempre trabalhou para a valorização da arquitetura como expressão cultural da nação e defendeu a realização de concurso público para escolha de projetos de edificações e obras urbanísticas. Desde a sua criação, o departamento do Distrito Federal segue os mesmos princípios e reconhece que o concurso público é um negócio que todos os empreendedores deveriam adotar para escolher e construir os projetos de construção de suas sedes, fábricas, escritórios de grande porte.
Durante a década de 90, na gestão do arquiteto José Roberto Bassul, o IAB-DF lançou a campanha “Arquitetura de Edifício Público tem que ter concurso Público” e logo o governo local lançava o concurso para o Parque Ecológico Norte, seguido de outro para a construção do novo prédio da Câmara Legislativa.
Durante todo esse período, o IAB-DF sempre se posicionou contrário à ocupação irregular no DF e combateu a proliferação de loteamentos irregulares, que se transformaram em condomínios irregulares, ameaçando a qualidade de vida do DF e, principalmente o abastecimento de água e a preservação do Cerrado.
Em meados de 1996, na gestão do arquiteto Sérgio Parada, o IAB-DF iniciou o resgate da memória dos arquitetos brasilienses e hoje mantém um acervo gravado em vídeo com depoimentos históricos do instituto e da formação da própria capital. No ano seguinte criou-se o Salão Brasiliense de Arquitetura, transformado, posteriormente em Bienal de Arquitetura de Brasília.
A integração do IAB-DF com as seis faculdades de Arquitetura instaladas em Brasília e, principalmente com a Universidade de Brasília, bem como a participação em conselhos do Governo do Distrito Federal constituem-se em algumas das atuações do departamento na capital.
Criado na atual gestão pelo IAB-DF em parceria com o Instituto Atenas de Pesquisa e Desenvolvimento – Brasil, o lançamento do projeto A Nova Arquitetura de Brasília destaca-se entre as iniciativas mais recentes do instituto. O objetivo é mapear a produção mais recente de Arquitetura na capital brasileira. O projeto promoverá exposições, conferências e permitirá um amplo debate sobre os rumos da arquitetura e urbanismo na Capital Federal.
Concursos do IAB-DF
Desde o início de sua criação aqui em Brasília, há 47 anos, o IAB-DF firmou posição em defesa da realização de concursos. Entre os mais recentes dos quais teve participação efetiva na organização, destacam-se:
· Concurso Público de Estudos Preliminares de Arquitetura para a Terceira Ponte do Lago Sul, em Brasília – 1999
· Concurso Público de Anteprojetos de Arquitetura para um Edifícil Patrimonial do Confea – 1999
· Concurso Público Nacional Soluções para Urbanização e Habitação de Baixo Custo no Brasil – Prêmio Caixa-DF – 2001
· Concurso Público Nacional de idéias e de Estudos Preliminares de Arquitetura e Urbanismo para Revitalização das Avenidas W3 Sul e Norte – 2002
· Concurso Público Parque das Aves – Metrô-DF – 2005
· Concurso Público Nacional de Estudo Preliminar de Arquitetura para a Sede da Capes em Brasília-DF – 2006/2007
Presidentes do IAB-DF
1960/61 – Wilson Reis Netto
1961/62 - Wilson Reis Netto
1962/63 - Heitor Annes Dias Vignoli
1964/65 – Sabino Barroso
1965/66 - Ítalo Campofiorito
1966/67 – Heitor Annes Dias Vignoli
1967 - Geraldo Sá Nogueira Batista
1968/69 – Fernando Lopes Burmeister
1970/71 – Elvin Donald Mackay Dubugras
1972 - Fernando Burmeister
1972/73 – Luiz Henrique Gomes Pessina
1974/75 – Amílcar Coelho Chaves
1976/77 – Paulo Brasil Pimentel de Matos
1978 – Elder Rocha Lima
1978/79 – Marco Antonio Faria Galvão
1980/81 – Marco Antonio Faria Galvão
1982/83 – Antonio Carlos Moraes de Castro
1984/85 – José Carlos Córdova Coutinho
1986/87 – Aleixo Anderson Furtado
1990/91 – José Roberto Bassul
1992/93 – Antonio Carlos M de Castro
1994/95 – Helena Zanella
1996/97 – Sérgio Roberto Parada
1998/99 – Haroldo Pinheiro de Queiroz
2000/01 – Gilson Paranhos
2002/03 – Sergio Brandão
2004/05 – Otto Ribas
2006 – Luis Antonio Almeida Reis
2006/07 – Luiz Otávio Rodrigues
2008/09 - Igor Soares Campos
2010/13 – Paulo Henrique Paranhos
2014 – Thiago Teixeira de Andrade
2015/16 - Matheus Secco
2017/19 - Célio Mélis Jr
2020/22 – Heloísa Melo Moura
2023/25 – Luiz Eduardo Sarmento