Legenda: Eder Alencar, Matheus Seco e Luciana Saboia © Maressa Andrioli Fundação Bienal de São Paulo A partir do projeto curatorial Intelligens. Natural. Artificial. Collective, idealizada pelo curador Carlo Ratti, a Bienal de Arquitetura de Veneza 2025 deste ano se aprofunda nas três dimensões da inteligência - natural, artificial e coletiva, propondo a comunidade arquitetônica global a discutir soluções para o desafio premente das mudanças climáticas. No contexto desta edição, a Fundação Bienal de São Paulo anuncia o projeto curatorial e o título da exposição que ocupará o Pavilhão do Brasil no evento. Com o nome (RE)INVENÇÃO, a mostra conta com a curadoria da arquiteta Luciana Saboia e dos arquitetos Matheus Seco e Eder Alencar, do grupo Plano Coletivo. O projeto parte de uma reflexão sobre as recentes descobertas arqueológicas de infraestruturas ancestrais do território amazônico para considerar as contradições e questionar condições socioambientais da cidade contemporânea. Os curadores são egressos da Universidade de Brasília. Todos possuem um grande repertório de projetos em diferentes áreas de atuação profissional na arquitetura, destacando-se o trabalho dos escritórios brasilienses ARQBR Arquitetos e BLOCO Arquitetos, dos quais Eder e Matheus são, respectivamente, sócio-fundadores. Já a arquiteta Luciana Saboia, que é professora da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Brasília, possui pesquisas acadêmicas e projetos de grande relevância para a área. Segundo o site do Coletivo: O Plano Coletivo é um grupo de arquitetos, professores e pesquisadores que possuem interesses e formações diversos e colaboram de forma livre em torno de dois objetivos comuns: discutir o território urbano como narrativa crítica e refletir sobre arquitetura como ação socioambiental. É com essa bagagem e preocupação que o trio de curadores optou por nomear a exposição de (RE)INVENÇÃO, tratada em dois atos e descrita como a construção de uma narrativa que atravessa tempos e territórios. Serão, segundo os autores, exploradas as mais diversas interpretações de infraestrutura e paisagem, como aquelas realizadas pelos povos indígenas há mais de 10 mil anos, como também projetos, pesquisas e práticas em arquitetura que trabalham a ressignificação da cidade. Uma das formas de retratar as influências brasilienses e da região centro-oeste na exposição foi a Plataforma-Jardim, descrita pelos profissionais como uma estrutura linear com jardim em toda a sua extensão, que anteriormente necessitava de constante irrigação, foi substituída por espécies nativas ou adaptadas à temporalidade do Brasil Central. O jardim naturalista de flores, capins e plantas savânicas nasce, cresce, floresce e seca acompanhando a sazonalidade do bioma do Planalto Central em uma grande plataforma existente de estrutura pré-moldada em concreto protendido. ![]() Estudos de pesos e contrapesos, 2025, Plano Coletivo / © cortesia Fundação Bienal de São Paulo. O grupo Plano Coletivo ainda conta com a participação de outros arquitetos, professores e pesquisadores. Três deles também são egressos da Universidade de Brasília: André Velloso (sócio do ARQBR), Daniel Mangabeira e Henrique Coutinho (sócios do BLOCO) são membros do grupo e colaboram diretamente com o projeto. A decisão sobre quem representa o país na Bienal é feita através de um Comitê estabelecido pela Fundação Bienal de São Paulo, que conta com representantes da própria Fundação, do Instituto de Arquitetos do Brasil - IAB e dos Ministérios da Cultura e das Relações Exteriores. A participação do Brasil na Bienal é viabilizada por uma parceria entre a Fundação e os Ministérios. É possível ver mais do projeto e ter atualizações através do site da Bienal e da página dos Arquitetos no Instagram: @ederalencar @saboia_luciana @matheusseco 1. Perspectiva interna (RE)INVENÇÃO / © cortesia dos autores, Fundação Bienal São Paulo;
2. Geoglifos encontrados no estado do Acre, Brasil, 2022, Diego Gurgel / © cortesia do fotógrafo; 3. “Plataforma Jardim” - Jardim de Sequeiro – ICC, realizado por Julio Pastore e Oscar Niemeyer, 2021, Joana França / © cortesia da fotógrafa; 4. Arrimo Habitado - Restaurante oati, realizado por Lina Bo Bardi e João Filgueiras Lima, 2014, Joana França © / cortesia da fotógrafa; 5.Jardim de Sequeiro, Instituto Central de Ciências, Universidade de Brasília, Brasil, 2023, Julio Pastore / © cortesia do fotógrafo
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Está em curso, nos arquivos do Instituto de Arquitetos do Brasil – Departamento do Distrito Federal (IAB/DF), o projeto Revela, que visa promover a organização, a catalogação e o tratamento técnico do acervo documental do IAB/DF. Essas ações têm permitido a descoberta de documentos relevantes para a história do IAB ou da arquitetura e do urbanismo.
Durante a triagem dos documentos, encontramos projetos da Novacap do início da década de 60 para o Plano Piloto. O projeto do setor de embaixadas, por exemplo, mostra que a ideia original deixaria as representações diplomáticas muito mais isoladas do resto da cidade do que a realidade atual – os lotes só seriam acessíveis pelo início ou pelo fim da asa sul. A distribuição dos lotes, porém, foi pouco alterada, com as embaixadas do Vaticano e de Portugal destacadas das demais. Podemos notar que o lote onde foi construída a embaixada da União Soviética/Rússia não havia sido previsto nesse projeto da Novacap. Outro documento interessante é a planta de numeração das superquadras. Essa planta já mostra uma evolução quanto ao desenho submetido por Lucio Costa, ganhador do concurso. Aqui vemos a previsão das superquadras 400, 500 e 700, ainda que as 600 e as 900 estejam ausentes. Conforme ilustrado no detalhe, havia também previsão de construção das superquadras 101 a 401, que acabaram sendo destinadas a outros usos. Não havia previsão de comércio local para as quadras 400, e as superquadras 216 e 416 tampouco existiriam. O projeto Revela conta com o patrocínio do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Distrito Federal (CAU/DF), por meio do Edital CAU/DF 2/2024. Os acervos de arquitetura têm se mostrado fonte de pesquisa tanto para questões já consolidadas, como história da arquitetura e urbanismo, quanto para temas contemporâneos como sustentabilidade, acessibilidade, preservação do patrimônio e a relação entre arquitetura e sociedade fomentando a reflexão crítica sobre o passado, o presente e o futuro da área. Além disso, são base para os trabalhos de preservação de patrimônio cultural, revelando informações fundamentais para qualquer trabalho de preservação e restauro.
A análise de desenhos técnicos, croquis, perspectivas, fotografias, memoriais, maquetes, cartas, diários e outros documentos permite revisitar obras, percursos de autores, relações entre projetos não apenas de autores consagrados, mas de (re)descobrir personagens e projetos invisibilizados que revelam narrativas para além das consagradas pela historiografia. Permite propor dinâmicas diversas das estabelecidas, num contínuo processo de pesquisa e crítica do campo. O Instituto de Arquitetos do Brasil, departamento do Distrito Federal, então, convida a todas e todos para a palestra "Um olhar sobre os arquivos e a construção de narrativas" a ser realizada no dia 21 de fevereiro, sexta-feira, às 17h30 no auditório Ernesto Walter - FAU UnB. Essa palestra busca discutir como estas aproximações podem se desdobrar em exposições, publicações, revisões e discussões atualizadas que enriquecem o debate sobre o papel da arquitetura e do urbanismo em nossa sociedade em um arco temporal que engloba o projeto, a construção e o transcorrer do tempo. A palestrante será Sabrina Fontenele, do Instituto Tomie Ohtake e da Escola da Cidade. Fontenele é arquiteta e urbanista pela Universidade Federal do Ceará, com mestrado e doutorado pela FAUUSP e pós-doutorado no IFCH Unicamp. Autora dos livros "Modos de morrer nos apartamentos modernos: rastros da modernidade", "Edifícios modernos e o traçado urbano no Centro de São Paulo" e do livro infantil "Jacaré Fujão no Triângulo". Atuou como Diretora de Cultura do IABsp (2020-2022) e co-curadora da 13ª Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo - Travessias. Professora de História da arquitetura do Escola da Cidade. Faz parte da equipe de curadoria do Instituto Tomie Ohtake. Essa palestra faz parte do projeto Revela, que visa promover a organização, a catalogação e o tratamento técnico do acervo documental do IAB/DF. Essas ações têm permitido a descoberta de documentos relevantes para a história do IAB ou da arquitetura e do urbanismo. O projeto Revela conta com o patrocínio do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Distrito Federal (CAU/DF), por meio do Edital CAU/DF 2/2024. Quando Sexta-feira. 21/02 17h30 Onde Auditório Ernesto WAlter FAU Unb O Instituto Histórico e Geográfico do Distrito Federal (IHG-DF) e o Instituto de Arquitetos do Brasil – Departamento do Distrito Federal (IAB-DF) assinaram, na última terça-feira (11), um Acordo de Cooperação Técnica. A solenidade ocorreu na sede do IHG-DF, na Asa Sul, e contou com a apresentação da marca e do selo comemorativo dos 65 anos do Instituto.
O IHG-DF foi fundado em 8 de dezembro de 1960, mesmo ano da criação do IAB-DF, ocorrido um pouco antes, em 20 de março. A identidade visual da efeméride foi desenvolvida por Luiz Eduardo Sarmento, presidente do IAB-DF, que formalizou a doação do trabalho durante o evento. A cerimônia reuniu, na mesa de honra, o presidente do IHG-DF, Paulo Castelo Branco, além do diretor de Relações Institucionais, Sr. Jorge Cartaxo, e da diretora do Centro de Documentação da entidade, Sra. Lenora Barbo. Pelo IAB-DF, participaram o presidente Luiz Eduardo Sarmento. O ato contou ainda com a assinatura de testemunhas, os arquitetos Antônio Carlos Moraes de Castro e Sylvia Ficher. O acordo de cooperação entre as instituições tem como objetivo fortalecer a parceria para a promoção de atividades técnicas e culturais, com foco inicial na preservação da memória e do patrimônio cultural de Brasília, bem como na organização dos acervos históricos das entidades, que contam com importantes - e ainda pouco conhecidos - documentos sobre a capital. Entre os documentos preservados pelo IHG-DF, destacam-se registros e instrumentos do engenheiro Joffre Mozart Parada, utilizados na demarcação do marco zero de Brasília, além da ata de fundação do Instituto, assinada por Juscelino Kubitschek. Já no acervo do IAB-DF, encontra-se um documento inédito de 1922, no qual os arquitetos fundadores da entidade defendem a escolha do projeto de Brasília por meio de concurso público e a contratação da obra via licitação – um registro relevante sobre a atuação da categoria na defesa de boas práticas para projetos e obras públicas. A parceria entre o IHG-DF e o IAB-DF, firmada em um ano de celebrações e reflexões sobre a história da capital, representa um importante passo na valorização e preservação da memória de instituições que ajudaram a construir e consolidar Brasília e que agora buscam construir caminhos para um futuro mais justo e qualificado para o DF. Crédito das Imagens: IHG-DF |
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