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  • IAB 60 anos de Brasília

Diretor do Departamento de Patrimônio Material e Fiscalização do Iphan Andrey Schlee, destaca a atuação do IAB que, por meio de concursos, promove a qualificação das cidades brasileiras

3/3/2023

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(crédito: Andrey Rosenthal Schlee)
Em evento organizado pelo jornal Correio Braziliense, o arquiteto e urbanista Andrey Rosenthal Schlee, diretor do Depam-Iphan e professor titular da Universidade de Brasília, destacou, em sua fala, a importância do IAB na qualificação da arquitetura e urbanismo no Brasil por meio da promoção de concursos públicos nacionais de projeto e da luta do Instituto para que obras públicas sejam realizadas a partir de projetos escolhidos por concursos públicos de projetos.

O IAB organiza concursos de projetos há mais de um século, alcançando resultados excepcionais e obras de referência e qualidade superior. Recentemente, mais uma edificação fruto de concurso público organizado pelo IAB.DF e realizado pela ApexBrasil foi destaque mundial. O Pavilhao do Brasil na Expo Dubai 2022 foi escolhido, por meio de voto popular, como um dos dez prédios mais importantes do ano pela plataforma Archdaily.

Elogiando a presença do IAB.DF no evento, Andrey destacou que "é importante a presença do IAB aqui porque o IAB tem sido um parceiro de todas as cidades brasileiras no sentido de desenvolver Concursos Públicos. E vejam a qualidade que os concursos estão incorporando nas nossas cidades."

Tratando especificamente do Conjunto Urbano de Brasília, o diretor reforçou a ideia de que tombamento não é engessamento e que as gerações atuais podem e devem atuar sobre o patrimônio, qualificando-o. 

"Não podemos impedir que as gerações contemporâneas contribuam com ela. É um contrassenso a gente imaginar que apenas a geração do Lucio Costa, do Oscar Niemeyer foi capaz ou teve condições de projetar algo bom pra esse país. Nós temos que permitir que as gerações contemporâneas, que estão sendo formadas pelas escolas de arquitetura, que estão sendo colocadas em prova pelos concursos do Instituto de Arquitetos do Brasil, só para citar duas instituições presentes, não têm condições de apresentar coisas boas para Brasília. Claro que tem. Então eu acho que cada vez mais a gente tem que lutar para preservar e transformar, no sentido de melhorar, aquilo que está preservado. Não é um congelamento e nunca foi um congelamento o que se pensou para Brasília, e ai mais um vez basta ler os textos do Lucio Costa, do  Italo Campofiorito pelo Iphan, que quando estavam pensando como que se daria o tombamento de Brasília na década de 80, trocando cartas e correspondências, a noção clara de uma cidade que se transforma e que terá que se transformar, sempre pra melhor, é claro.”

​Confira registro completo em: CORREIO DEBATE - ENTRE OS EIXOS DO DF 2ª EDIÇÃO: QUEM AMA PRESERVA | 28.02.2023 - YouTube
​
​Referência: https://www.correiobraziliense.com.br/cidades-df/2023/02/5076844-diretor-do-iphan-reforca-que-e-necessario-defender-o-patrimonio-de-brasilia.html 
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IAB-DF participa de evento promovido pelo Correio Braziliense sobre a preservação de Brasília

2/3/2023

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O Conselheiro Superior do Instituto Arquitetos do Brasil (IAB-DF), José Leme Galvão, pontua que conservação do conjunto urbanístico-arquitetônico de Brasília também é uma intervenção - (crédito: Minervino Júnior/CB/D.A Press)
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Com o tema "Quem ama preserva", o Correio Braziliense promoveu a segunda edição do Entre os Eixos, que reuniu autoridades, especialistas e membros de organizações da sociedade civil para debater sobre os desafios da preservação do patrimônio cultural de Brasília, na tarde de ontem. Na abertura do evento, o arquiteto José Leme Galvão, o procurador-geral de Justiça do Distrito Federal Georges Carlos Fredderico Moreira Seigneur e o presidente da Câmara Legislativa (CLDF), deputado distrital Wellington Luiz (MDB), destacaram a importância de se debater temas relacionados à proteção ao acervo urbanístico e arquitetônico da capital do Brasil.

José Leme Galvão, ex-superintendente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e conselheiro do Instituto Arquitetos do Brasil (IAB-DF), lembrou que há sempre polêmica a respeito do que pode ou não ser conservado do acervo da cidade, mas que as dúvidas se concentram principalmente em como preservar aquilo que é tombado. "Não há nada na cidade que não tenha sido incluído dentro do tombamento", reforça o arquiteto. 

Questionado sobre os desafios de modernizar e, ao mesmo tempo, conservar, Leme é taxativo. "Brasília já é moderna. O que ela precisa é de intervenções de qualidade. Bom lembrar que conservar também é uma intervenção, desde a manutenção mais simples até as mais complexas". Segundo José, Lucio Costa, responsável pelo traçado urbanístico da capital, não tinha como prever as mudanças que a cidade viveria futuramente, mas que projetou uma cidade com espaços generosos, que possibilitam a interatividade urbana. "Essa interatividade pode ser entendida como a acessibilidade somada à mobilidade", explica. 

Procurador-geral da Justiça do DF, Georges Carlos Fredderico destacou que o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) criou, há mais de 20 anos, promotorias especializadas para tratar da ordem urbanística. "O MP caminha com esse desafio de acompanhar a modernização, que é latente e presente, mas preservando aquilo que fez de Brasília um lugar especial", pontua. Por esse motivo, Moreira ressalta a importância de criar debates como o feito pelo Correio. "Fundamental para avançar nas ideias e buscar soluções para que nós não nos afastemos da modernidade e continuemos a preservar a nossa Brasília", enfatiza.

Para Georges Carlos, Brasília ser considerada um patrimônio cultural mostra o carinho e a atenção que a população que mora na cidade aqui deve ter com esse tema. "Brasília é conhecida mundialmente pela sua arquitetura e pelos traços urbanísticos. As tesourinhas dentro do nosso quadrilátero são pontos conhecidos em todo o Brasil, além de toda a forma que a cidade é colocada dentro das asas de um avião", comentou o procurador-geral. 

Ainda sobre os desafios de preservação, o Georges Carlos abordou a questão da mobilidade urbana na capital, pontuando que é necessário trazer mecanismos novos conciliados com a história de Brasília, além de destacar que é fundamental trazer um transporte coletivo de mais qualidade para a população que tanto necessita. "É uma forma inclusive de preservação da própria cidade, porque um melhor transporte coletivo leva a um número menor de veículos transitando e acaba tendo um estresse menor no tráfego de pessoas e na necessidade de construção de vias. Esse é um desafio que acho que o DF não tem como fugir mais", frisa.

Wellington Luiz marcou presença no encontro e disse que a Casa está atenta às questões relacionadas à preservação do conjunto urbanístico de Brasília. "A Câmara está buscando meios de escuta da população, arquitetos e outros especialistas, como forma de subsidiar a produção de leis que possam atender aos interesses da cidade sem deixar de preservar o patrimônio", declarou o distrital. "Mas a nossa participação não deve ser só na produção de lei, mas também na destinação de emendas parlamentares que ajudem na conservação da cidade", conclui.

Relevância
O fato de ter nascido junto a Brasília e por ter acompanhado todas as intensas mudanças pelas quais a capital passou, e ainda passa, o Correio é o melhor espaço para promover os debates de relevância para o desenvolvimento da cidade. "A preocupação com a preservação da capital do país faz parte do DNA do Correio, que acompanha a vida da cidade desde o começo. O projeto Entre os Eixos é mais uma ferramenta para unir ideias, propostas e pessoas em torno da cidade, ressalta Guilherme Machado, vice-presidente executivo do Correio.
Assim como Machado, o diretor financeiro do Correio, Leonardo Moisés, também celebra o projeto. "O título de Patrimônio Cultural da Humanidade que a nossa querida Brasília conquistou, em 1987, da Unesco é o maior reconhecimento da obra de Lucio Costa e Oscar Niemeyer. E nós, brasilienses, é que recebemos esse presente. É missão do Correio ser o protagonista dessas discussões", afirma. "Cultura é uma questão de educação, por isso a importância dessa discussão", conclui.
Para a superintendente de marketing do Correio, Valda César, a preservação da capital é de fundamental importância para as futuras gerações. "Ninguém melhor que o Correio para abrir suas páginas e suas plataformas digitais para tratar desse tema tao relevante", reforça.


Nosso patrimônio​
Brasília foi considerada patrimônio da humanidade pelo Comitê do Patrimônio Mundial da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco) em dezembro de 1987. Pouco tempo antes de completar 28 anos, a jovem capital do Brasil já figurava ao lado de cidades como Paris, Veneza, Cairo e Jerusalém, também declaradas patrimônio mundial. O caso de Brasília foi inédito, porque todas as outras já tinham centenas de anos de existência.

Assista Entre os Eixos do DF: entrevista com José Leme Galvão (Conselheiro do IAB) - YouTube
Este artigo foi publicado originalmente no portal https://www.correiobraziliense.com.br/cidades-df/2023/03/5076914-debate-promovido-pelo-correio-aponta-caminhos-para-preservar-brasilia.html 
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Por que o Ministério das Cidades é importante

7/2/2023

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Ainda não conseguimos esclarecer a importância da pasta.
POR GÍLSON PARANHOS | 31.01.2023 11H02
Fotografia
Que ótimo termos novamente o Ministério das Cidades! Que ótimo ver  comprovada que a Democracia é uma realidade em nosso país. Que ótimo ter um governo respeitado internacionalmente, comprometido e eleito pela maioria do povo brasileiro.

As boas intenções desse governo ficaram muito claras desde o momento em que o presidente Lula recebeu a faixa presidencial das mãos de representantes das minorias, dos mais vulneráveis.  Ao tomar posse, seus ministros declaram num mesmo tom que todas as pessoas, a natureza, os animais e o meio ambiente importam e, ainda que seja impossível emitir quaisquer avaliações referentes a esse novo governo que mal começou a trabalhar, assumindo as rédeas de um país com essa extensão dois meses mesmo antes de tomar posse, já conseguimos vislumbrar os primeiros passos do Brasil que sonhamos reconstruir se tornando real. Entretanto, é importante refletirmos logo neste primeiro momento a centralidade de um dos ministérios trazidos de volta pelo atual presidente: o Ministério das Cidades.

Minha avaliação é a de que ainda não conseguimos esclarecer à sociedade, e nem mesmo aos gestores públicos mais próximos, a importância do Ministério das Cidades enquanto indutor de um processo de extinção de vulnerabilidades, construtor de cidadania e de combate às desigualdades reinantes na sociedade brasileira.

Entre suas virtudes, o Ministério das Cidades se apresenta como um instrumento de produção de emprego e renda através do Minha Casa Minha Vida (MCMV), uma bandeira muito importante e que deve ser mantida, porém já passou da hora de avançarmos e conseguirmos atender às necessidades de nosso povo, necessidades que coincidem com os anseios do presidente Lula e dos gestores sérios de nosso país de maneira a multiplicar essa produção de emprego e renda, mas também atingindo os “pobres mais pobres”, como nos referíamos na Teologia da Libertação há alguns anos, no ambiente onde nasceu o PT.

No momento em que um banco como a Caixa cria – de maneira correta, como deve ser – um “filtro” para se proteger esses “pobres mais pobres” de perdem o acesso à sua casa própria de qualidade, fica nítido que essa é a parcela da população que devemos atender como prioridade, porém isso é algo que ainda  não conseguimos mostrar aos gestores como algo possível. 

A importância de uma ação concreta, mais do que atingir um produto final, está no processo de diminuição da desigualdade, na capilaridade na geração de emprego e renda e no crescimento da cidadania das populações periféricas de nossas cidades. A proteção ao meio ambiente também é consequência de uma inclusão social que possibilite os vulneráveis a se aproximarem dos vazios urbanos e, principalmente, dar autonomia a essa população para que não perca seus laços afetivos, de parentesco e vizinhança tão necessários ao desenvolvimento de sua autoestima.

É verdade que a maioria do cidadão comum, nosso querido leitor, pode estar se perguntando: “mas como isso é possível?”

É provável que o Ministério das Cidades mostrará nesta gestão como isso é bem plausível, utilizando a implantação da Assistência Técnica para a Habitação de Interesse Social (ATHIS), Lei Federal 11.888/2008, que tem instrumentos para viabilizar todas essas ações. Em algumas áreas de nosso país, isso já tem acontecido. A ATHIS é a ferramenta que viabiliza e acelera a regularização fundiária, produz as necessárias melhorias habitacionais e viabiliza criação de cidades acessíveis. Nosso déficit habitacional é muito mais qualitativo que quantitativo, como comprovam os dados da Fundação João Pinheiro e de todas as instituições sérias que trabalham no assunto.

Os mesmos valores da construção de uma unidade habitacional nova que atende a uma família viabilizam a melhoria de dez unidades existentes, atendendo a dez novas famílias sem produzir “guetos” e sem onerar a infraestrutura, bem como os custos de sua manutenção.
Comprovadamente, a presença de um arquiteto nas equipes volantes do Saúde da Família do SUS produz uma enorme economia aos cofres públicos. Curamos as doenças das casas que causam as doenças nas pessoas que, além de deixarem de sofrer com as enfermidades, desoneram o SUS. A pandemia escancarou essa realidade e é inteligente tomarmos providências simples a esse respeito.

Tal qual em diversos países desenvolvidos como França, Finlândia entre outros, o novo Ministério das Cidades também deverá implantar o Aluguel Legal, tão necessário para combater outra faceta de nosso déficit habitacional de maneira a criar uma “ponte” de acesso à moradia digna, sem precisar construir  sequer uma unidade habitacional. É de conhecimento dos especialistas, especialmente no interior dos movimentos sociais, que temos “mais casas precisando de gente do que gente precisando de casas”.

Não é o caso de entrarmos aqui na discussão sobre os detalhes de tantos equívocos técnicos absurdos de nossas legislações, muitos deles produzidos por nós, homens brancos, letrados e desconhecedores da vivência do dia a dia das populações mais pobres, especialmente nas periferias das grandes cidades, onde, sectariamente, denominamos a “cidade formal” e a “cidade informal”, determinando quais lotes devem ter no mínimo 125 m2, ou onde edifícios de apartamentos devem ter uma vaga de garagem por unidade, mas é importante dizer que sem cidadania é difícil exigir respeito a quaisquer códigos de obras. Se pela ausência do Estado, há anos vemos que nem o código penal é respeitado, quanto mais um código de obras.

É urgente que “afinemos  internamente nossa viola”, fazendo uma avaliação criteriosa de nossa comunicação, de nossas certezas e, principalmente, dos motivos que nos impedem de informar adequadamente à população brasileira sobre a importância basilar do Ministério das Cidades, um dos mais relevantes ministérios desse país e, devido à gravidade da atual conjuntura, um dos que mais deveria ser respeitado. Digo isso enquanto arquiteto urbanista que, ao lado de diversas profissões, movimentos sociais e, principalmente, junto aos usuários, estudamos, vivemos e procuramos contribuir na produção de nossas cidades.

Este artigo foi publicado originalmente no portal https://www.cartacapital.com.br/blogs/br-cidades/por-que-o-ministerio-das-cidades-e-importante/
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sobre o autor
Gílson Paranhos
Arquiteto e urbanista formado pela Universidade de Brasília, presidiu o IAB DF no biênio 2000/2001 e o IAB Nacional de 2010 a 2012, é colaborador da Rede BrCidades e militante do IAB.
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Minha primeira posse

6/2/2023

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Fotografia
Multidão diante do Palácio do Planalto para a posse do presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva, 1 de janeiro de 2023
Foto Warley Andrade [EBC/Agência Brasil]

É a primeira vez que vejo uma posse em Brasília. Estou há 15 anos vivendo na capital, vindo de Minas, e me considero candango. Talvez um neocandango.

Reflexões à parte sobre o neologismo posto, talvez alguns não me considerem um candango (cheguei tarde para usufruir da definição tradicional do termo, e com função meramente acadêmica - não vim construir Brasília em sua materialidade). Também não posso me dizer pioneiro (título restrito à aristocracia convidada/incentivada à vir a Brasília), cheguei tarde e sem posses ou cargos.

Mas assim como os trabalhadores que aqui chegaram ao final dos anos 1950 e início dos 1960, vim para construir Brasília, ou reconstruí-la. Não do zero ou a partir de um gesto “primário de quem assinala um lugar ou dele toma posse: dois eixos cruzando-se em ângulo reto, ou seja, o próprio sinal da cruz”. Cheguei no planalto para me fazer, para pensar e para continuar o “fazimento” da cidade-capital do Brasil, (usando uma conjugação cara à Darcy Ribeiro).

Por mais crítico que eu seja em relação ao urbanismo moderno, presente em Brasília, me emocionei ao ver esta cidade-capital cumprindo uma de suas mais importantes funções: a de ser suporte para os mais importantes acontecimentos do Estado brasileiro.

Até então nunca havia assistido a uma posse presidencial. Deixo isso bem claro. Me mudei para a capital sob o governo Lula. Votei Dilma em segundos turnos, mas a realidade nunca me permitiu ver qualquer posse presidencial. Temer não tomou posse, usurpou a faixa e seu lugar no Planalto.

De Bolsonaro sempre quis distância e sua posse foi um dia triste em que eu queria me ver longe da Esplanada, mesmo vivendo no Plano Piloto, Asa Norte - colado aos Ministérios.

Diferente das anteriores, a posse de Lula foi um acontecimento que não só eu queria ter conhecimento, como desejava estar presente e participar. Quando estudamos história e analisamos conjuntura, sabemos bem quando um fato histórico vai acontecer. É questão de entendimento do presente de quem consegue mirar o futuro (estudamos história!).

Pois, em 01 de janeiro de 2023, estava eu e queridas amigas/os na Esplanada – esse grande vazio cercado de poder por todos os lados.

Não vou falar da emoção de ver um presidente sensível subindo as rampas planejadas e caminhando nos grandes espaços dessa cidade única. Me atenho não à pessoa, à figura, mas ao seu fundo.

Penso que Lucio Costa e Oscar Niemeyer ficariam satisfeitos ao ver sua obra servindo de suporte a um momento único da democracia.

Imagino que pensaram Brasília para esse momento. Lembro de Vladmir Saflate falando da potência de uma ideia quando encontra seu tempo. De uma cidade quando encontra seu tempo. Ali, no meio da multidão, sob o sol do cerrado, sem água e sem comida fácil para se adquirida – precisaríamos de horas em filas – Brasília – uma ideia construída – encontrou seu tempo.

Um momento potente. Chorei. Choramos.

O povo subiu a rampa para entregar uma faixa presidencial. O povo brasileiro ocupou seu lugar no tempo, na história e seu lugar.

O povo.

O palácio (moderno, tropical, nunca visto).

O tempo.

A história.

O urbanismo e a arquitetura de Brasília como fundo. Como suporte. Como expressão de um povo que tem altives. Um povo criativo, elegante, culto, fazedor.

A decolonização se fez presente, visível. Uma cidade como suporte para relações e representações. Patrimônio intangível absolutamente material.

(Re)Vejo nosso presidente caminhando pelos grandes pavimentos de mármore. O desenho modernista dos espelhos d’água. Colunas de palácios como nunca se viu (desde Grécia). O grito de um indígena, que se banha nas cascatas do Palácio da Justiça, rompe o espaço e nos mostra que somos muito mais. Não apenas admiramos prédios e suas. Vivemos prédios e colunas e gentes. Sob o sol escaldante e belo.

Após ouvir parte do melhor da produção musical brasileira, em palco que nunca se viu tão bonito e importante em Brasília, caminhamos no gramado milimetricamente planejado.

A luz e o céu de Brasília nos arrebata. A catedral está logo ali, com fundo rosa. O teatro, vazio, abandonado, mantem sua importância e dignidade apesar dos pesares.

Sentamos na sarjeta no início da asa norte esperando um uber.

Uma companheira chega, desde Niterói, e comenta sob seu espanto, cansaço e alegria.

Um Brasil novo começa a ser erguido sentado naquele meio-fio da L2 norte. Um Brasil cansado mas cheio de esperança. Um Brasil do futuro que se reencontra e começa a ser forjado. Zweig gostaria de estar conosco ali, não tenho dúvidas.

Ao som de Baiana System, sentimos que uma ideia de fato encontrou seu tempo. Brasília cumpriu parte de seu papel. O sonho do patriarca, ou talvez e principalmente o sonho da resistência ao patriarca, de certa forma se forjou.

(Foda-se o patriarca.)

Naquele dia p Brasil se fez (ou se mostrou) gigante e diverso. E subiu a rampa.

Três estrelas brilhavam no planalto central do brasil. As três marias que guiam caminhantes desde tempos imemoriais.

Desde a imensidão do planalto, penso que podemos ser um povo feliz de novo.

O sol nasce iniciando nova Alvorada.

Horas depois, rampas, colunas e palácios testemunham tico-ticos violentos que protegem ferozmente seus territórios. Seus, por direito. Acho que algo querem nos dizer sobre geografia.

Sob a sombra de um pequizeiro pensamos tudo o que poderíamos ter sido e o que somos.

Lançamos sementes às chamas para que germinem. Não esqueçamos que Brasil vem de brasa.

Este artigo foi publicado originalmente no portal https://vitruvius.com.br
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sobre o autor
Luiz Eduardo Sarmento é Arquiteto e Urbanista, Presidente do Departamento do DF do IAB e Diretor Nacional de Cultura da Entidade, e mestrando em arquitetura e urbanismo pela UnB.
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Apresentação aos Associados e Apoiadores

24/1/2023

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Carta nº 003-2023

Brasília/DF, 24 de janeiro de 2023


Prezadas e prezados associados e apoiadores do IAB.DF,

É com grande satisfação e dever de responsabilidade que comunicamos que no dia 20 de dezembro de 2022, tomamos posse como dirigentes do IAB.DF para os próximos três anos (2023-2025).

A chapa IAB-DF: cultura, democracia e diversidade foi eleita democraticamente no fim de 2022. Assim como o novo ano, nasce com o objetivo contribuir e seguir aprimorando a participação da nossa entidade. O IAB é uma organização da sociedade civil, de livre associação, composta por arquitetos e urbanistas e dirigentes que desempenham seu trabalho voluntariamente na entidade.

Assim como o país, estamos reconstruindo. Os últimos anos não foram fáceis. Enfrentamos uma pandemia mundial, perdemos pessoas queridas, inclusive arquitetas e arquitetos referenciais para nós e nossa entidade e, especificamente no Brasil, vivenciamos constantes ataques à nossa frágil e recente democracia e suas instituições. O isolamento social que nos impôs o coronavírus, evidenciou a importância vital da cultura para os seres humanos, e nos colocou diante da fragilidade da democracia ameaçada, reforçando o papel fundamental da sociedade civil organizada. Confirmou a necessidade de estarmos em permanente trabalho em prol de processos participativos e da radicalização do regime democrático, visando garantir mais acesso e mais direitos.

O momento atual é de retomada, reorganização e reconstrução. Estes conceitos, aliados à cultura, democracia e diversidade devem orientar os três anos de trabalho voluntário que ora começamos no IAB. Pretendemos também que o IAB.DF se consolide como escola cidadã e que seja suporte para o exercício de posturas e das boas práticas que tanto cobramos de nossos governantes, como a busca pela transparência, respeito e instituição de processos participativos e com controle social.

A virada do ano já foi de muito trabalho para nós: começamos a fazer um levantamento pormenorizado das condições físicas e fiscais dos bens imóveis do IAB.DF. Também começamos a organizar os acervos documentais e bibliográficos do Departamento, entendendo que possuímos um legado fruto de muito trabalho daqueles que nos antecederam anos atrás e das/os associados, com suas anuidades e doações. Os bens do IAB merecem nosso mais profundo respeito e responsabilidade e terão em nossa gestão. Já iniciamos a elaboração de um planejamento estratégico para a gestão e a reorganização de nossa sede administrativa, além de muitas tarefas burocráticas inerentes à transição e início de gestão.

Em breve gostaríamos de retomar atividades abertas ao público e eventos voltados ao debate e desenvolvimento do urbanismo e da arquitetura, da ampliação do direito à cidade, à arquitetura e à cultura, além de potencializar trocas entre as/os profissionais associados ao IAB. Estamos organizando uma cerimônia de posse, momento em que esperamos encontrar com todas/os vocês e nos apresentarmos a outros organismos e agentes que atuam no Distrito Federal, fortalecendo e estabelecendo novas pontes em prol do nosso DF e de nosso campo de atuação profissional e militante.

Há muito trabalho a ser feito, muitas ideias, possibilidades e urgências. Para tanto, contamos com a contribuição de profissionais associados que são o sustentáculo de nosso departamento, seja por meio de doações, anuidades, parcerias e trabalho voluntário. Desde já convidamos a todas e todos para participar e ocupar o IAB.DF e seus espaços e nos ajudar a carregar nossas bandeiras históricas.
​

Agradecemos o apoio e o voto de cada uma e cada um e nos colocando à disposição para quaisquer esclarecimentos necessários, críticas e sugestões. Estamos de braços abertos para acolher todas e todos que quiserem ser parte deste novo momento do IAB.DF.

Atenciosamente,
Fotografia
​Luiz Eduardo Sarmento
Presidente do IAB.DF no triênio 2023-2025
Fotografia
Maribel Fuentes Aliaga
Vice-Presidente do IAB.DF no triênio 2023-2025
Fotografia
IAB.DF: cultura, democracia e diversidade 
gestão 2023-2025

Conselho Diretor
Presidente - Luiz Sarmento
Vice- Presidente - Maribel Fuentes Aliaga (colaborador: André Tavares)
Diretora Administrativo Financeiro - Nádia Vilela e Maribel Fuentes Aliaga
Diretor Cultural e de Divulgação - Cecília de Almeida Silva e Guiga Nery
Diretor de Articulação Institucional - Gabriel Couto 
Diretor Técnico - Leonardo Sá                               
Diretora de Intercâmbio Acadêmico - Guiga Nery e Gê Gomes
Coordenador da Comissão de Políticas Urbanas - Henrique Rabelo, Matias Ocaranza e Clarissa Sapori
Coordenador Comissão da Trienal de Arquitetura de Brasília - Juliette Lenoir e Cecília de Almeida Silva
Coordenação Especial das Comissões e Articulação Política - André Tavares (Cargo não estatutário proposto para a gestão)
Coordenação de comunicação - Juliette Lenoir e Cecília de Almeida Silva (Cargo não estatutário proposto para a gestão)
Coordenação de patrimônio cultural - Julia Mazzutti e José Leme Galvão - (Cargo não estatutário proposto para a gestão)
Comissão extraordinária de equidade de gênero e raça - Raquel Freire - (Cargo não estatutário proposto para a gestão)

Conselho Superior      
Conselheira Titular  - Luiza Rego Dias Coelho 
Conselheira Titular  - Raquel Freire 
Conselheira Titular - Letícia Miguel Teixeira 
Conselheiro Titular - José Leme Galvão Jr.
Conselheiro Titular - Antônio Carlos Moraes de Castro        
Conselheiro Suplente - Raul Maravalhas 
Conselheiro Suplente - Caique Tomé
Conselheiro Suplente - Gê Gomes
Conselheiro Suplente - Heloísa Moura
Conselheiro Suplente - Carol Baima

Conselho Fiscal
Conselheira - Clarissa Sapori
Conselheiro - José Henrique Freitas
Conselheiro - João Augusto Pereira Júnior

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IAB DF elege nova Diretoria para gestão 2023-2025

13/12/2022

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​Com a chapa intitulada “Cultura, Democracia e Diversidade”, foi eleito o novo Conselho Diretor do IAB DF 2023/2025. A eleição ocorreu no dia 12 de dezembro de forma virtual, tendo 73 associados com direito a voto, sendo que 33 associados votaram, 32 votos para a chapa eleita e 1 voto branco.
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A chapa é composta por: Luiz Sarmento, Maribel Aliaga, Nádia Vilela, Cecília Almeida, Guiga Nery, Gabriel Couto, Leonardo Sá, Gê Gomes, Henrique Rabelo, Matias Ocaranza, Clarissa Sapori, Juliette Lenoir, André Tavares, Raquel Freire, Luiza Dias Coelho, Raquel Freire, Letícia Miguel Teixeira, José Leme Galvão Jr., Antônio Carlos Moraes de Castro, Raul Maravalhas, Caique Tomé, Gê Gomes, Heloísa Moura, Carol Baima, José Henrique de Freitas e João Augusto Pereira Júnior.
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Eleições Diretoria IAB/DF triênio 2023-2025

1/11/2022

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Convocação para Inscrição de Chapa para a Eleição do Triênio 2023/2025

Prezados colegas,

Convocamos todos os associados do IAB/DF, interessados em apresentar sua candidatura para eleição da nova diretoria, triênio 2023/2025, a fazer a inscrição de suas respectivas chapas IAB/DF, até dia 11 de dezembro de 2022, por e-mail.

Em atendimento ao Artigo 49 do Estatuto do IAB/DF, a eleição será em formato online dia 12 de dezembro de 2022 (https://votacao.iab.org.br/ das 8h as 17h) com auxilio presencial no escritório do IAB/DF, SCS, Edifício Niemeyer, 2º andar, sala 206 (das 10h às 16h).

Lembramos ainda que conforme o Artigo 07, parágrafo 1º, do Estatuto do IAB/DF, o associado deverá estar em dia com suas contribuições para votar e ser votado para os cargos do Conselho Diretor, Conselho Fiscal, Conselho Superior e Suplentes.

http://www.iabdf.org.br/associe-se.html

Para mais informações, favor contatar a secretaria do IAB/DF através dos contatos abaixo:
iabdf.df@gmail.com | 61 3223.5903 (somente WhatsApp), das 10h às 16h.Clique aqui para editar.
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Pavilhão do Brasil para a EXPO UNIVERSAL EXPO OSAKA2025

13/10/2022

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Uma vez mais, os arquitetos brasileiros estão diante de um novo desafio instigante: projetar o Pavilhão do Brasil para a EXPO UNIVERSAL.  No presente caso, na  EXPO OSAKA 2025.

Já é tradicional a presença brasileira com a construção de excelentes exemplares de Pavilhões, com arquitetura inovadora, criativa e surpreendente, envolvendo e expondo temáticas e abordagens da cultura de nosso país que retratam nosso processo civilizatório, nossos avanços tecnológicos, sociais, econômicos e ambientais.

Também uma vez mais os poderes constituídos, responsáveis pelas exitosas participações brasileiras convocam o Instituto de Arquitetos do Brasil - IAB - para organizar e coordenar o Concurso Público Nacional de Arquitetura e Expografia para escolha do melhor projeto de arquitetura, imbricado com a melhor ideia temática; e sua materialização; em apresentações cenográficas dinâmicas e interativas que tem como missão surpreender e emocionar os visitantes da Expo, levando-os a se interessar pelo nosso país em todos os aspectos que pretendemos difundir e estimular.

Assim aconteceram, com a interveniência do IAB, a  partir de vários concursos históricos,  criações de Pavilhões extraordinárias com inovadoras concepções de elevada qualidade  e, sobretudo, exposições que também superaram expectativas e se destacaram diante das apresentações dos demais países participantes.

De fato assim ocorreu por exemplo nas Expo de 1939 em Nova York, em 1958 em Bruxelas, em 1970 em Osaka, em 1990 em Sevilha, em 2015 em Miläo e em 2020 em Dubai, quando aconteceram as participacöes, na autoria dos projetos, de arquitetos como Lúcio Costa e Oscar Niemeyer, Sergio Bernardes, Paulo Mendes da Rocha, e tantos outros.

É transcendental a importância da participação dos arquitetos brasileiros neste desafio que ora lançamos.

O projeto vencedor contratado vai se integrar a longa esteira desses eventos já realizados e pontificar certamente como um dos melhores exemplares já exibidos.

Historicamente, na origem das exposições estavam as feiras medievais, organizadas de forma mais ou menos precária, mas capazes de reunir num mesmo espaço desde produtos absolutamente triviais até gêneros exóticos, dos rincões mais longínquos do quase inacessível Oriente.

As feiras mostravam como estava o desenvolvimento e a organização da sociedade daquele tempo, o estágio alcançado pelos conhecimentos das ciências e das técnicas incipientes de então. A exposição industrial de Londres, em 1757, organizada pela sociedade para o Fomento das Artes, das Manufaturas e do Comércio, é considerada a precursora direta das exposições universais e das mostras industriais propriamente ditas.

“A exposição universal é o termômetro que mede a temperatura da civilização”.

Se poderia dizer que a frase é bastante atual.

No entanto, a afirmação não é nova e foi pronunciada pelo príncipe Alberto, da Inglaterra, um dos artífices da mostra internacional de 1851, em Londres, marco a partir do qual se conta a história desse tipo de evento, que em espírito, é a atualização das feiras medievais. Só que o marido da rainha Vitória empregou outras palavras para falar sobre a exposição londrina, que surgiu sob o signo do progresso, para exibir o avanço da indústria em todo o mundo e, certamente, para louvar a prosperidade da era vitoriana.

“A exposição”, disse o príncipe na abertura do evento, “será uma prova incontestável de confiança e nos dará um quadro nítido do desenvolvimento alcançado por toda a humanidade... Será também um ponto de partida para as nações se lançarem em busca de novas conquistas”.

Essa exposição, de 1851, reuniu milhares de expositores de todas as partes do mundo, incluindo a China e nações praticamente desconhecidas do mundo ocidental, e teve como maior atração o Palácio de Cristal, o qual ficou referido historicamente como marco da revolução industrial.

°O palácio tinha uma superfície de 46.500 metros quadrados, uma área na qual caberia a catedral de São Pedro de Roma, e fora erguido em poucos meses. Era um canto à indústria, numa exposição que a louvaria em cada centímetro. O eco do sucesso chegou ao outro lado do canal da Mancha e os franceses organizaram a sua primeira exposição universal em 1855, para repetir a fórmula em rápida sucessão: 1867, 1878,1889 e 1900, enquanto os ingleses voltavam a ela em 1862. As exposições logo se transformaram numa espécie de atestado de progresso e a febre se espalhou por outros países, dos dois lados do oceano Atlântico.

Viena, Amsterdã, Bruxelas, Barcelona, Saint Louis, Turim, Filadélfia e Chicago também organizaram as suas e, em troca, receberam os influxos positivos que, em princípio, sempre acompanham tais eventos. Se Paris guarda da mostra de 1898 o seu principal cartão-postal, a Torre Eiffel, construída pelo engenheiro Gustave Eiffel como símbolo das possibilidades da arquitetura metálica e por décadas o mais alto edifício do mundo, com 300 metros de altura, Chicago se valeu da Exposição Mundial Colombina, de 1893, organizada para celebrar o quarto centenário do descobrimento da América, e para ajudar a cidade a renascer das cinzas do grande incêndio em 1871 – de quebra, a exposição destacou a jovem e pujante indústria norte-americana.

O século 19 registrou dezenas de exposições industriais e universais na Europa. Na feira das vaidades nacionais de então, as grandes exposições eram o maior exemplo do que podiam ou do que queriam os capitalistas locais. A exposição parisiense de 1900 mais fechou que abriu um século e um ciclo. Como já era praxe, a indústria da construção civil foi chamada a participar e ergueu pavilhões monumentais e oníricos, que lembravam ao visitante que tudo aquilo era realidade, mas também era sonho. A iluminação elétrica trazia a luz do dia para onde só havia a escuridão.

Paris encerrava seu período de exposições universais e o eixo de tais eventos se deslocava temporariamente para a América. Em 1904, Saint Louis anunciou a “melhor e maior” das exposições; em 1915, San Francisco promovia a única feira em tempos de guerra; em 1933, Chicago voltava à carga e inventou a moda dos temas, no caso, “Um século de progresso”. Em 1939, Nova York abria sua exposição sob o tema “O mundo de amanhã”, pregava o progresso e a paz, embora as notícias que vinham da Europa deixassem entrever que não seria bem assim nos próximos anos.

Na guerra ou na crise, caso da mostra de Chicago, organizada em plena época da Depressão, as exposições universais se mostravam alternativas válidas para tirar uma cidade ou até mesmo um país, da letargia. Os milhões de visitantes que giravam as catracas não saíam indiferentes do grande mostruário de civilização que viam e exercitavam um papel multiplicador, com efeitos quase imediatos sobre a economia e a sociedade locais. Conta-se que uma parte das sucessivas revoluções industriais que tiraram o Japão do atraso tecnológico se deve à presença assídua de comissões nipônicas nas mostras mais diversas.

O gigantismo desses eventos escondia uma organização deficiente e gerava conflitos e mal-entendidos internacionais. Já em 1907, o governo francês sugeria um acordo internacional que estabelecesse normas e procedimentos que marcassem o caráter das exposições internacionais e melhorassem as relações entre o país anfitrião e os governos representados. Em 1912, em Berlim, estabeleceu-se as bases para um acordo internacional. A guerra interrompeu as negociações e só em 1920 foram retomadas.

Por fim, em 1928, em Paris, delegados de 31 países assinavam o primeiro acordo sobre as grandes exposições internacionais, que estimulava a frequência com que se realizariam e os direitos e obrigações dos organizadores e expositores. Surgiu uma entidade para garantir o cumprimento dos termos do acordo, que sofreu diversas alterações desde então. Em linhas gerais a iniciativa de realizar uma exposição internacional só pode partir de um governo soberano e as propostas dos diferentes países são estudadas duas vezes por ano pelos delegados dos 47 signatários do acordo.

A exposição de Bruxelas, em 1935, foi a primeira realizada a partir dos termos do acordo e alcançou tamanho sucesso que a capital belga voltou a realizar uma grande exposição no mesmo terreno, um parque ao norte da cidade, em 1958. A mostra da década de 50 foi uma das três exposições universais realizadas depois da Segunda Guerra Mundial, teve como tema “Balanço para um mundo mais humano” e colocou uma pá de cal nos escombros do conflito. Sob a sombra do Atomium, Bruxelas se impôs como metrópole e futura capital da Europa.

Nova York voltou a realizar uma grande exposição entre 1964 e 1965, mas à margem do acordo sobre exposições universais e boicotada por 30 países, no calor da crise dos mísseis soviéticos em Cuba. Curiosamente, nem o tema “A paz através do diálogo” e a presença da “Pietá”, de Michelangelo, enviada pelo Vaticano, ajudou a abrandar as tensões. Dezenas de milhões de visitantes compareceram, como milhões foram a Seattle, na mostra de 1962, mas o título “exposição universal” só voltaria a ser empregado em Montreal, em 1967. O tema foi “O homem e seu tempo” e projetos de arquitetura e urbanismo se destacaram.

Em 1970, uma exposição universal chegou à Ásia. Osaka, no Japão, inaugurava também os novos critérios, segundo os quais as exposições passavam a ser especializadas ou universais. Num caso, limitavam-se a um aspecto da atividade humana; ao outro, deviam obrigatoriamente propor um tema universal, atraindo muitos países. O tema foi “Progresso e harmonia para a humanidade”, defendia o entendimento entre as culturas e o progresso científico sem a perda do humanismo. O urbanismo novamente marcou presença e as experimentações propostas levaram à construção de uma nova cidade-satélite de Tóquio, Senri.

Desde então, com o cancelamento de exposições universais em Filadélfia, Los Angeles, Paris e Chicago, somente se realizaram exposições especializadas.

Nos últimos trinta anos tem sido flagrante o êxito das Expos Universais e o compromisso dos países em manter esse acontecimento como uma das exponenciais referências das atividades humanas.
​
Analisando essas experiências de edições passadas, muitas delas com enorme destaque à participação brasileira, edições em que o Brasil pôde reafirmar sua produção, consolidar caminhos para a  arquitetura ou mesmo propor novos rumos à produção mundial, que organizamos esse certame, com a certeza de que, ao julgar pelas últimas edições, o sucesso está garantido.

A C Moraes de Castro
Coordenador

Mais informações disponíveis no site: concursoexpoosaka.com.br
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Concurso Público Nacional de Arquitetura e Expografia para o Pavilhão do Brasil na Expo Osaka 2025

5/10/2022

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No dia Mundial da Arquitetura, temos a honra de lançar o Concurso Público Nacional de Arquitetura e Expografia para o Pavilhão do Brasil na Expo Osaka 2025 

Pela terceira vez consecutiva a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos - ApexBrasil e o IAB, por meio do Departamento do Distrito Federal, firmam parceria na realização de Concurso Público Nacional de Arquitetura e Expografia para o Pavilhão do Brasil na Expo Osaka 2025.

Após 52 anos, Osaka voltará a ser palco da Exposição Universal, e será mais uma vez um evento de grande importância para o debate da produção arquitetônica contemporânea. 

Nesta edição o tema central será “Designing Future Society for Our Lives” e coloca no centro da discussão questões relacionadas à inovação tecnológica e sustentabilidade, nos incitando a pensar sobre a sociedade que queremos viver num mundo globalizado e se alinhando com os esforços para alcançar os “Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas até 2030”. 

inscrições abertas

Mais informações disponíveis no site: concursoexpoosaka.com.br

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Novo Concurso de Projeto - Sede do CRP/DF

20/4/2022

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​O Instituto de Arquitetos do Brasil, Departamento do Distrito Federal (IAB-DF), instituiu na última segunda feira o início do “Concurso Sede do Conselho Regional de Psicologia do DF” - a ser realizado em uma única etapa e que tem por objeto a seleção e contratação da melhor proposta de arquitetura de interiores, projeto luminotécnico e comunicação visual para a sede do CRP 01/DF, com cerca de 450m² que fica no Edifício Brasília Rádio Center em Brasília, DF.
Os concorrentes deverão apresentar, para a seleção e julgamento, o Estudo Preliminar, no qual terão plena liberdade de proposta, respeitadas as determinações legais e programáticas. Deverão, também, apresentar as informações gerais e determinantes da obra, e das instalações prediais e especiais, de maneira a demonstrar a viabilidade técnica e financeira do empreendimento, obedecidas as indicações e determinações do conjunto de documentos que compõem as Bases do Concurso.

A equipe vencedora, representada pela sociedade de prestação de serviços de arquitetura e urbanismo detentora da inscrição, será contratada para o desenvolvimento das etapas subsequentes de sua proposta até ao nível de Projeto Executivo de Arquitetura e Projetos Complementares.
Poderão participar do concurso as sociedades de prestação de serviços de arquitetura e urbanismo registradas e em situação regular perante o CAU. A inscrição para participação no concurso deverá ser feita pelo responsável técnico da sociedade em www.concursocrpdf.org até o dia 27 de maio. O valor da taxa de inscrição é de R$ 150,00 (cento e cinquenta reais).

Uma especificidade desse concurso, que não é novidade, mas é considerado algo raro, é a possibilidade de visitas técnicas ao local de reforma por meio de inscrição no site até o dia 8 de maio.

A Comissão Julgadora será composta por três membros titulares e um membro suplente indicados pelo IAB/DF e pelo CRP 01/DF:
 
Arq. André Velloso (DF) – do escritório ARQ/BR - titular
Arq. Alice Menezes (DF) - do escritório CODA Arquitetos - titular
Arq. Elen Maurmann (RS) - do escritório Arquitetura Nacional - titular
Arq. Ana Laterza (DF) – do Conselho de Arquitetura de Urbanismo - suplente
 
A divulgação das 03 propostas classificadas do primeiro ao terceiro lugares e de eventuais menções honrosas acontecerá em ato público no dia 10 de junho.
 
Premiação:
 
1º colocado: R$ 16.000,00 (dezesseis mil reais) + Contrato com o CRP 01/DF;
2º colocado: R$ 8.000,00 (oito mil reais);
3º colocado: R$ 5.000,00 (cinco mil reais);
 
O valor bruto do contrato a ser firmado entre o CRP 01/DF e a sociedade que tiver ofertado a proposta vencedora no concurso, é de R$ 160.000,00 (cento e sessenta mil de reais), valor que já inclui a premiação, referente ao pagamento do estudo preliminar. O restante do valor é referente aos Projetos Executivos de Arquitetura de Interiores e Complementares.
​
O Instituto de Arquitetos do Brasil, Departamento do Distrito Federal (IAB-DF), convida a todos os profissionais, incluindo recém-formados, a participarem do certame e apresentarem suas propostas.

Bom trabalho a todos!
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